Politica

Oposição promete resistência e obstrução à votação da intervenção no Rio

Os líderes criticam a falta de transparência a respeito do aumento da criminalidade e das operações realizadas no estado fluminense com a participação das Forças Armadas

Rodolfo Costa
postado em 19/02/2018 12:41
O governo federal vai enfrentar resistência da oposição na tentativa de aprovar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Os líderes da minoria no Senado Federal, senador Humberto Costa (PT-PE), e na Câmara dos Deputados, deputado José Guimarães (PT-CE), criticam a falta de transparência a respeito do aumento da criminalidade e das operações realizadas no estado fluminense com a participação das Forças Armadas. Por esse motivo, deram sinais de que deliberarão voto contrário.

Há, inclusive, a possibilidade de que a oposição promova obstrução na votação da intervenção na Câmara dos Deputados na noite desta segunda-feira (19/2), afirmou Guimarães. ;Podemos, sim, fazer a obstrução hoje;, disse. A decisão, no entanto, depende de uma reunião com outros partidos da oposição, que será realizada às 17h. ;Em princípio, não há informações que permitam quem quer que seja fazer avaliação se a medida extrema é necessária ou não;, criticou Costa.

As críticas dos parlamentares foram fundamentadas após , realizada no Palácio da Alvorada. ;Não nos foram transmitidas informações sobre o crescimento da criminalidade no Rio, como é alegada. Não nos foram passadas informações de operações anteriores em que foram usadas as Forças Armadas. Ou mesmo previsão de gastos e processo de liberação de recursos para a intervenção. E muito menos análise de planejamento sobre que resultados se esperam a curto e médio prazo;, disse Costa.

[SAIBAMAIS]Sem essas informações, e sem garantias que elas sejam compartilhadas ainda na tarde de hoje à oposição, a tendência natural é pelo voto contrário da minoria no Congresso Nacional, afirma Guimarães. ;Ficou muito claro para mim na reunião que a intervenção não teve qualquer planejamento. Nem do governo, muito menos dos presidentes da Câmara (Maia) e do Senado (Eunício). Foi uma medida atabalhoada que poderá ter consequências nas Forças Armadas no Rio;, declarou.

Outra crítica de Guimarães é o fato de Temer ter convocado os Conselhos apenas após o envio do decreto da intervenção ao Congresso. ;Não só foi um desprestígio, como um erro grave do ponto de vista político. Se era para os conselheiros votarem, deveriam ter sido chamados antes para fazer o debate;, disse.

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