Politica

Democratas lança hoje Rodrigo Maia como pré-candidato ao Planalto

Caciques do partido, o senador Ronaldo Caiado e o prefeito ACM Neto afirmam que a candidatura de Rodrigo Maia, que será lançada hoje, não está vinculada ao governo. Caso a disposição vingue, será a primeira vez, desde 1989, que a legenda disputará o Planalto

Rodolfo Costa , Paulo de Tarso Lyra
postado em 08/03/2018 07:45
O o líder do partido no Senado, Ronaldo Caiado (GO), ressaltou a habilidade de Maia, algo que já pode ser notado, segundo ele, na condução dos trabalhos à frente da Câmara
O Democratas ocupará o auditório Nereu Ramos hoje de manhã para dar seu grito de independência. O partido vai lançar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) como pré-candidato do partido ao Planalto. Se, lá na frente, a candidatura vingar, será a primeira vez, desde 1989, que o partido ; na época ainda era PFL ; terá um nome próprio na corrida presidencial. E, até o momento, Maia e os demistas prometem correr separados do Planalto.

;Rodrigo Maia não será candidato nem de governo, nem de oposição. Será candidato do DEM, do ideário que estamos construindo, de um conjunto de ideias e propostas para o futuro do Brasil. Que serão apresentadas a partir de amanhã (hoje) na nossa convenção nacional;, afirmou o prefeito de Salvador, ACM Neto, que será eleito presidente do DEM no encontro de hoje.

O discurso está muito alinhado. Em entrevista ao programa CB.Poder, uma parceria entre o Correio e a TV Brasília, de ontem, o líder do partido no Senado, Ronaldo Caiado (GO), ressaltou a habilidade de Maia, algo que já pode ser notado, segundo ele, na condução dos trabalhos à frente da Câmara. ;O Democratas não vai lançar nenhuma candidatura vinculada ao presidente Michel Temer e muito menos com a obrigação de fazer a defesa do governo. O DEM vai lançar o seu candidato;, anunciou Caiado.

Um dos articuladores dessa pré-campanha é o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP). Além do Solidariedade, ele afirma que já estariam próximos a Maia o PP, o PSC, o PHS e o PR teria sinalizado disposição para uma conversa. ;Somados, temos 150 deputados, o que daria 1/3 do tempo de televisão. Se chegarmos a 40%, não precisaremos de muito mais coisa para viabilizar essa candidatura;, disse Paulinho. ;O que vai faltar? Maia rodar o país e colocar pautas populares para votar na Câmara;, completou.

Até o momento, o Planalto está na muda em relação aos movimentos de Maia. A avaliação de aliados de Temer é de que o DEM ainda se divide em três correntes. A primeira reúne os defensores da candidatura própria, encabeçada por Maia; o segundo, defende uma aliança com Geraldo Alckmin, tendo o atual ministro da Educação, Mendonça Filho, como vice; e o terceiro, formado majoritariamente pelos deputados do baixo clero, que tem medo de se afastar do MDB e ficar na chuva em ano eleitoral.

[SAIBAMAIS]Os emedebistas apoiam-se no fato de que Temer não anunciou se será ou não candidato em outubro. No domingo, o presidente viajará para o Chile para a posse do novo presidente chileno, Sebastian Piñera. Levará apenas Maia e o chanceler Aloysio Nunes Ferreira. Temer, em tese, tem muito mais simpatia por Maia do que pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. ;Ele foi fundamental para nós na votação das duas denúncias contra o presidente;, disse um integrante da tropa de choque de Temer.

Alckmin é o principal adversário de Maia

Por estrutura política e recall, o principal adversário de Maia, hoje, no campo de centro-direita, é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Mas o próprio presidente da Câmara começa a desconstruir a imagem do tucano. ;Ele é um bom governador. Mas a rejeição do PSDB é hoje maior que a do PT, e isso está contaminando a imagem dele (do pré-candidato tucano);, disse Maia, em entrevista à rádio Eldorado.

Paulinho afirma que o PSDB não é bem-visto entre os partidos do centrão. ;O governo conseguiu colar nos tucanos a imagem de que eles não se empenharam ; pela falta de pulso do Alckmin ; em salvar o presidente nas duas denúncias do Janot. Para essa turma, ficou a sensação de que eles assumiram o desgaste de salvar a pele do presidente e o PSDB quis sair imaculado da crise;, lembrou o deputado do Solidariedade.

Colaboraram Denise Rothenburg e Leonardo Cavalcanti

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