As saias compridas escondem a beleza das pernas das dançarinas. A força dos movimentos dos membros inferiores se combina à leveza dos movimentos de mão, criando um contraste encantador. Alternativa para quem não gosta dos tradicionais treinos de academia, o flamenco alia exercício físico e arte. A elegância e o porte exigidos pela dança ajudam na postura. A coordenação motora também é trabalhada, graças à complexidade dos gestos, às vezes usando acessórios como leques e castanholas. Desenvolve-se, assim, a consciência corporal.
A modalidade também ajuda a queimar calorias e definir músculos, explica a professora Patrícia El-moor. Só que, para isso, a prática deve ser, no mínimo, de três vezes por semana. ;O sapateado feito durante a dança é muito bom para delinear o contorno das pernas e fortalecê-las;, confirma. Trabalha-se também os braços e a musculatura do abdômen, que protege a coluna.
Patrícia diz que qualquer pessoa está apta a participar das aulas, a não ser que haja uma restrição médica específica. Recomenda apenas que cada um respeite suas limitações, não exigindo demais do corpo. ;Por isso é importante a prática da dança com pessoas já experientes e responsáveis. Como qualquer outra atividade física malfeita, a dança flamenca pode ter consequências negativas para o corpo;, alerta.
Não só o físico
A veterinária Isabela Rodrigues, 25 anos, dança desde os quatro anos de idade. Mas sua paixão pelo flamenco surgiu só há um ano, após ter assistido a uma apresentação. O ritmo tomou grandes proporções em sua vida e hoje ela treina quatro vezes na semana. Em época de apresentações, até os domingos são empenhados. ;De dirigir a fazer cirurgia, sinto que a prática me auxilia a ficar mais alerta;, aponta.
O flamenco é o que a engenheira Jousiane Delamare de Mesquita, 37, considera como sua ;academia física e mental;. Ela tem pavor dos treinos rotineiros de musculação, mas é apaixonada pela dança. Começou a praticar o flamenco há sete anos. Na ocasião, buscava alguma atividade para passar o tempo. ;Ninguém acredita, mas eu era muito tímida. O flamenco me ajudou nisso, por que não é fácil enfrentar um palco para fazer uma apresentação.;
;Já cheguei dando trabalho para os professores;, brinca Teresa Canela, 46. A servidora pública começou no flamenco faz três anos e meio ; e, antes disso, não havia dançado nenhum outro ritmo. A emoção que a dança transmite é o que mais atrai a servidora.
A professora de dança Patrícia Weingrill explica que o ritmo proporciona uma melhor autoestima e faz com que as pessoas deixem seus problemas do lado de fora da sala de dança. ;Já tive alunos que vieram treinar por indicação de psicólogos. Outros, de idade entre 55 e 60 anos, vieram para extravasar os problemas do cotidiano.;
-Aumento da autoestima
-Desenvolvimento de segurança emocional
-Consciência corporal
-Melhora da coordenação motora
-Velocidade de reflexos
-Melhora da postura corporal
Agradecimentos: Capricho Espanhol e Oficina Flamenca