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Malhação no poste

Um misto de dança e exercício físico, a pole dance tem conquistado mulheres dispostas a se sentirem mais femininas e a deixarem o corpo mais torneado

postado em 29/01/2012 08:00

Um misto de dança e exercício físico, a pole dance tem conquistado mulheres dispostas a se sentirem mais femininas e a deixarem o corpo mais torneadoFaltam informações concretas sobre a sua história. Para alguns, a pole dance foi desenvolvida a partir de uma técnica indiana chamada Mallakhamb ; uma ioga praticada em poste de madeiras. Outros afirmam que veio dos poles chineses (mastros de circo). O que se sabe, como explica a professora Bárbara Nunes, é que a modalidade se disseminou com o circo e se popularizou no Canadá, em casas de strip tease. Na década de 1990, a pole dance se firmou como exercício físico e, em 2006, se consolidou como a modalidade pole dance fitness. De lá para cá, se tornou cada vez mais procurado por aquelas que querem explorar a feminilidade e manter o corpo no lugar ao mesmo tempo.

;É um exercício que trabalha o corpo todo, mas braços, abdômen, pernas e a postura são os mais exigidos;, esclarece Bárbara. A parte de dentro das coxas também é bastante trabalhada, uma vez que, para se prender ao poste, é preciso esforço dos músculos abdutores. Uma aula de pole dance com duração de uma hora queima, em média, 400 calorias. ;Quem pratica costuma perceber duas coisas em seu corpo: aumento de peso aliado à perda de medidas. Isso ocorre por causa da alta queima calórica de uma aula, a sustentação do próprio corpo pelos braços ou pernas e o uso constante do abdômen, que aumentam a massa magra. A drenagem é feita pelo atrito da barra com o corpo;, explica a professora Damiana Rodrigues.

Os postes, ou pole, não são todos iguais. Há larguras diferentes para combinar com o tamanho da mão de cada aluna ; os mais grossas são para as maiores. Para fazer a aula, é preciso deixar a vergonha do lado de fora da sala. A vestimenta sugerida é composta de short curto e top. ;Alguns exercícios precisam do contato da barra com a pele para não escorregar e manter as posições;, esclarece Damiana. Não há restrições para a prática, mas quem tem problemas na coluna, lesões nas articulações e hérnias precisa de cuidado e atenção especiais por parte do instrutor.

Durante a aula, é feito um alongamento da coluna e a realização de muitos abdominais ; esse grupamento muscular é muito exigido durante os exercícios de inversão, em que a aluna fica de cabeça para baixo. Também não se começa logo fazendo uma coreografia. As iniciantes aprendem a executar todos os giros, os movimentos isométricos (em que o objetivo é ficar pendurada sem se mover) e os elementos de transição separadamente. Só as avançadas e aquelas que vão participar de competições partem para as rotinas de exercícios.

A analista de sistemas Elza Lúcia, 30 anos, procurava alguma atividade que a fizesse se sentir mais feminina, e descobriu a pole dance na internet. ;Eu adoro! Além dos benefícios para o corpo, saio da aula me achando mais bonita, mulherão;, resume. A analista conta que, mesmo com pouco tempo de aula, já sentiu diferença no corpo. As calças estão mais largas e os colegas de trabalho já repararam na diminuição de medidas. ;Meu abdômen está bem mais forte e sinto que as aulas trabalham o corpo todo. Tudo isso, associado à feminilidade da aula, resulta em uma superautoestima.; Elza gostou tanto e aprende tão rápido as técnicas que já decidiu: vai participar do próximo campeonato brasileiro de pole dance.

;Existe atualmente uma grande preocupação quanto à inserção da pole dance enquanto atividade física. Ainda há a dúvida: é arte ou esporte? Algumas praticantes podem ser consideradas artistas, pois conseguem transmitir uma série de emoções e trazer muita plasticidade às suas apresentações, outras são atletas, mais voltadas para as acrobacias;, explica Damiana Rodrigues. A modalidade agora luta para sair do estigma sensual e se firmar como de um esforço físico intenso.

Fora da barra
Antes de partir para o pole, o aquecimento é pesado
- Alongamento das articulações: atenção especial para os pulsos, que são muito acionados durante os exercícios na barra.
- Aquecimento da coluna e lombar: a maioria dos exercícios exige que as costas se arqueiem para não encostar na barra. A coluna é forçada e, sem alongamento, pode sofrer lesões.
- Abdominais: boa parte do aquecimento é voltado para a barriga. Para fazer as inversões e levantar as pernas, é preciso ter força nos músculos abdominais e o melhor exercício é o temido abdominal. Curtinhas, compridas, de lado, subindo as pernas, de prancha e ponte são alguns dos praticados. Não é à toa que as barrigas das participantes são chapadas.

Segurança em primeiro lugar
Dá para imaginar que é preciso cuidado ao praticar a pole. Afinal, nos exercícios de cabeça para baixo a cena que vem logo à mente é das alunas caindo no chão. Mas com orientação profissional, olhar atento do professor e respeito aos limites do corpo, não há perigo. ;O aprendizado vem em partes, e quem se lesiona normalmente tenta pular fases e fazer um exercício mais complicado. Se aprender um passo de cada vez, é seguro;, explica a professora Damiana Rodrigues. Durante a prática, é preciso passar um pano com álcool repetidas vezes no pole para evitar que o suor interfira na aderência. As roupas curtas impedem que o tecido escorregue na barra.

É bom para...
- Braços: tem que segurar o corpo inteiro em grande parte dos exercícios.
- Pernas: na maioria das vezes, estão elevadas e são acionadas nos movimentos em que prendem o corpo ao pole.
- Costas: se arqueiam, esticam e seguram o peso do corpo.
- Abdome: garante que o corpo se eleve, vire de cabeça para baixo.
- Emagrecer: a aula é bem movimentada e, além de treinar os músculos, os exercícios na barra atuam como uma drenagem.

Agradecimentos: Divas Pole Dance Studio e Studio Pole Dance Brasília

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