postado em 26/08/2012 08:00
A região central do país respirou moda no mês de agosto. As duas principais semanas de tendências de Brasília e de Goiânia foram realizadas, uma seguida da outra. Primeiro, estreou a GOFashion. Depois, abriu-se a passarela do Capital Fashion Week (CFW), que consolida sua 13; edição. Os estilistas brasilienses e goianos ; assim como os governos locais ; estão tentando firmar a região como um importante polo de moda do Brasil. Cada um tentando superar as dificuldades de criação e de produção locais.
O estado de Goiás, por exemplo, já foi o quarto produtor de moda do Brasil, mas perdeu espaço e hoje está na décima posição desse ranking. A diminuição do brilho no cenário nacional deve-se, principalmente, à falta de investimento das marcas em design. Durante décadas, as confecções goianas ficaram conhecidas por fazer apenas cópias.
Vendo a decadência dessa indústria tão importante para o estado ; ao todo, são 200 mil empregados e uma produção que corresponde a um terço do PIB ;, o governo resolveu investir no setor. Há 10 anos, criou o primeiro curso de design de moda de Goiás, na universidade federal. Após essa iniciativa, mais três faculdades particulares seguiram o mesmo exemplo. "Esse é um processo lento, pois é preciso mudar uma cultura de cópia, passada de geração em geração dentro das pequenas empresas", explica José Divino Arruda, presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado de Góias (Sinvest-GO).
O Sinvest também tenta incrementar o calendário fashion do estado. Uma iniciativa, por exemplo, foi montar uma feira de atacado, a Goiás Mostra Moda, que está em sua 6; edição. Eles conseguiram juntar representantes dos sete polos de moda da região em 100 estandes e trouxe compradores do Brasil inteiro, sendo que o principal mercado comprador é o Nordeste.
A criação da semana de moda GOFashion teve, justamente, o objetivo de apresentar essa nova fase da moda goiana. É apenas o início do caminho, porém. O evento, que durou três dias, não mostrou muitas novidades na passarela. A maioria das marcas desfilou modelos em jeans, sem inovação. Foram vistas poucas variedades de lavagens, de cortes e de peças, por exemplo. O destaque ganhou a assinatura dos estilistas Adevânia Silveira, Lucas Silveira e Kleyson Bastos, todos novos talentos da capital de Goiás. Outro ponto forte foi o desfile da Pactus, uma das poucas confecções que contrataram uma estilista formada em um dos novos cursos de design. O resultado do investimento pode ser conferido em uma coleção diferenciada e mais completa do que as demais.
Na ponta contrária, está Brasília. Apesar de investir em design, a capital não tem muitas confecções. A grande transformação da moda na cidade aconteceu com a criação do concurso Novos Talentos do Capital Fashion Week, há oito anos. A ideia do projeto é dar suporte para jovens estilistas apresentarem, em um grande evento, as suas coleções. O CFW dá a estrutura para o desfile ; modelos, stylists, maquiadores, cabeleireiros, assessoria de imprensa, trilha sonora ; e também oferece a orientação do renomado designer Jum Nakao, que ajuda os iniciantes a desenvolverem suas peças.
Leia a reportagem completa na edição n;380 da Revista do Correio.
