Revista

Elas são cascas-grossas

Confira o perfil de três praticantes de esportes de aventura que amam adrenalina

postado em 03/03/2013 08:00

O tempo do sexo frágil já era. Desde o protesto conhecido como "a queima de sutiãs" (contra um concurso de beleza, em 1968) até os dias atuais, muito mudou. A emancipação feminina se reflete também no universo dos esportes radicais. A desenvoltura das moças mostra que os estereótipos é que são fraquinhos, fraquinhos...

Diana Nishimura, 39 anos, professora de educação física
Confira o perfil de três praticantes de esportes de aventura que amam adrenalinaDiana Nishimura pratica canoagem desde de 1995. O gosto pela modalidade começou por conta da sensação de harmonia que o esporte proporciona. "Fisicamente, a canoagem trabalha os grupos musculares superiores e, mentalmente, a concentração", explica a professora de educação física. Sua especialidade é a canoagem oceânica e a canoagem maratona -- a primeira é praticada em águas abertas, nas quais o mais importante é o percurso, a resistência e a habilidade. O objetivo principal na canoagem oceânica é percorrer um trajeto definido em carta náutica no menor tempo possível. Os participantes podem usar bússola, bomba para escoamento de água e remos reservas. Já a canoagem maratona é praticada normalmente em rios e lagos de águas calmas, com extensão de, no mínimo, 8km. "Os percursos são grandes e, em águas marinhas, nunca sabemos o que vai acontecer", pondera a professora, campeã brasileira de canoagem oceânica. Diana explica que gosta da sensação de adrenalina, mas, principalmente, da união com a natureza. Para ela, os esportes de aventura funcionam como uma religião, "uma religação com o natural".

Além de canoagem, a atleta pratica paraquedismo. Já foram 500 saltos em 15 anos, mas ela admite que sente medo toda vez. "É normal, né? Porém, creio que, quando mais moça, era mais desprendida." Para Diana, esportes de aventura funcionam mais quando se é jovem e despreocupado. Em relação a ser mulher, ela acha que não existe nenhum empecilho. "É óbvio que os homens têm mais disposição genética para alguns esportes, mas isso não impede nós, mulheres, de desenvolvermos a mesma capacidade", afirma. A professora orienta que é preciso muito treino antes de se aventurar. "Vejo muita mulher se machucando por não ter se preparado. O mais importante é desenvolver consciência corporal", aconselha.

Maria Rodrigues, 49 anos, instrutora de rapel
Confira o perfil de três praticantes de esportes de aventura que amam adrenalinaMaria Rodrigues não começou no esporte tão cedo, mas já é especialista no assunto. O interesse veio quando viu o anúncio de um curso na escola de seu filho. "Trabalhava numa cooperativa de reciclagem, peguei todo o dinheiro que tinha juntado e investi nisso", conta. O impulso foi além do hobby e se tornou um ganha-pão. Assim, ela começou a trabalhar com ecoturismo e se tornou instrutora da modalidade.

A relação da monitora com a natureza vem de criança. "Morava em Goiás, sempre gostei de mato, de pedra, por isso me apaixonei pelo rapel", explica. Ela já escalou em Mato Grosso, em Goiás e em São Paulo. Sobre o medo, diz que é essencial. " Sem ele, a gente não se sente seguro." A monitora orienta que a natureza é viva, e como consequência, móvel: é preciso desconfiar sempre. Os praticantes podem descer de cachoeiras, grutas e até prédios usando equipamentos e conhecimentos que garantem a segurança. "Um bom instrutor e a checagem dos equipamentos são fundamentais", diz Maria. Além do rapel, a instrutora pratica tirolesa, rafting (canoagem em bote) e ciclismo %u2014 pedala de São Sebastião ao Plano Piloto todos os dias. "Creio que esportes são para todos, não tem essa de homem e mulher. Rapel é dos 7 aos 170 anos", brinca.

Leia a íntegra da matéria na edição impressa

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação