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Será que as mulheres têm mesmo mais talento para multitarefas?

O neurologista Ricardo Teixeira fala sobre a capacidade feminina de realizar várias tarefas ao mesmo tempo

postado em 04/11/2013 11:00

O neurologista Ricardo Teixeira fala sobre a capacidade feminina de realizar várias tarefas ao mesmo tempo

Por Ricardo Teixeira

É fato que as mulheres costumam se envolver mais em multitarefas que os homens. Outra história é concluir que elas são melhores para executar várias tarefas ao mesmo tempo. Entretanto, uma pesquisa publicada esta semana pelo periódico BMC Psychology demonstra que elas são realmente melhores.

Pesquisadores do Reino Unido bolaram dois experimentos que provocavam a execução de várias tarefas, mas sem a obrigatoriedade de realizá-las simultaneamente. No primeiro experimento, o desempenho nos testes foi mais lento quando os voluntários tinham que fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo. Essa lenhificação foi menor entre as mulheres.

Já no segundo experimento, homens e mulheres competiam entre si. Tinham que realizar três tarefas num prazo de oito minutos. Foram incluídos testes aritméticos, localização de um restaurante no mapa e criação de estratégias para se encontrar uma chave perdida. As mulheres tiverem mais sucesso no teste da chave e foram iguais aos homens nos demais testes.

Um estudo recente também comparou a capacidade de realizar multitarefas entre homens e mulheres e encontraram superioridade nos homens. Esses resultados foram fortemente influenciados pela melhor habilidade espacial dos homens, mas além disso o tipo de multitarefa era diferente, Os voluntários tinham que fazer as tarefas simultaneamente, o que é bem diferente de fazer seqüencialmente. Multitarefas seqüenciais se aproximam muito mais dos desafios do mundo real.

Darwin explica esse maior talento das mulheres? A pensar... A mulher assume a posição de coletora, mas ainda precisa dar conta dos filhos. Diferente do homem que sai para caçar e o que ficou em casa a mulher cuida.

* Dr. Ricardo Teixeira é neurologista do Instituto do Cérebro de Brasília e professor da pós-graduação em divulgação científica e cultural da Unicamp. Escreve às segundas neste espaço. Contato:

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