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Malhação galopante

Mais do que um lazer, montar a cavalo é um ótimo exercício e ajuda a tonificar vários músculos, principalmente os das pernas, dos braços e dos glúteos

postado em 23/02/2014 08:00

Mais do que um lazer, montar a cavalo é um ótimo exercício e ajuda a tonificar vários músculos, principalmente os das pernas, dos braços e dos glúteos

O costume de andar a cavalo vem desde a Antiguidade. De lá para cá, o uso do animal se espalhou por todo o mundo e ficou cada vez mais diverso. Inicialmente dominado para auxiliar na locomoção do homem, o cavalo também passou a participar da conquista de novos territórios, de ações militares e até de terapias de crianças e adultos com problemas motores ou psicológicos. Diante de tudo isso, dá até para esquecer que a prática também deu origem a várias modalidades de esporte, além, claro, de exercitar o corpo. A equitação pode ser uma boa alternativa para quem quer deixar a musculatura tonificada e melhorar o equilíbrio e a postura.

É o que afirma o educador físico Arlindo Pimentel. "A equitação trabalha muito os membros inferiores e obriga o fortalecimento da parte interna da coxa e das pernas." De acordo com ele, a postura característica do esporte também tonifica a coluna vertebral e o abdômen, assim como a musculatura das costas. "É uma atividade bastante interessante para uma pessoa que não é atleta e traz0 um bom resultado muscular."

O esporte envolve muita repetição de movimentos e é um "exercício completo", segundo Almir Vieira, gerente de uma escola de hipismo. Ele conta que um dos principais movimentos da equitação é o trote, em que o aluno precisa levantar o corpo enquanto se equilibra em cima do cavalo. Assim, ele exercita as pernas, o abdômen e o ombro. "Numa aula de 45 minutos, a pessoa faz esse movimento mais de mil vezes", compara.

O galope é outro exercício importante, no qual o aluno precisa manter o corpo junto ao cavalo. Segundo Vieira, o atleta faz uma pressão abdominal intensa e força os músculos da coxa e dos glúteos para não se afastar do cavalo. Enquanto isso, a panturrilha e o pé precisam estar firmes no estribo, peça que serve para apoiar os pés para não deixar que o corpo se eleve. "A postura também precisa estar sempre ereta para você se manter numa posição fixa", completa Vieira.

Durante a aula, os alunos ainda precisam saltar obstáculos. É hora de apertar as pernas e levantar os ombros para não cair do cavalo. O grande diferencial da equitação em relação a outros esportes é o contato com um ser vivo, com quem o atleta precisa negociar. Além disso, o aluno tem de estar sempre atento para conseguir se equilibrar em cima do animal.

A estudante Jéssica Araújo, 21 anos, confirma que o esporte exige muito esforço e diz ainda que a equitação não deixa a desejar se comparada aos exercícios que ela faz na academia. "Aqui, eu exercito muito os músculos dos braços e das pernas. Eu já malhei muito em academia e sempre dói depois do primeiro dia, mas aqui dói mais ainda, pois sinto músculos que eu nem sabia que tinha", conta, após o treino, que faz diariamente. Ela diz ainda que prefere a companhia dos cavalos à dos aparelhos da academia. "Aumenta muito a autoconfiança dominar um bicho tão grande. Você esquece qualquer problema."

Aos 13 anos, João Victor Guedes trocou a natação e o vôlei pela equitação. Ele faz aulas há seis meses. A modalidade ensinada em sua escola privilegia a técnica e o controle do cavalo, e é mais performática. "A gente sai com a perna doendo, mas vale muito a pena", afirma o garoto, que se interessou pelo esporte por gostar de cavalos. O mesmo amor pelos animais aproximou da modalidade um dos destaques da escola. Com apenas 6 anos, a pequena Luiza Marcílio Guimarães monta o cavalo com a confiança e a tranquilidade de quem já é experiente e esbanja energia. "Daqui, ela vai direto para a natação", conta o pecuarista Marcus de Mello Guimarães, pai da menina, que vê admirado a maneira como ela segura as rédeas e a postura que tem em cima do cavalo.

"É um esporte para todas as idades", afirma o cavaleiro Edgard Santos, dono da escola. De acordo com ele, a idade dos alunos varia de 6 a 60 anos, e todos se beneficiam com a prática. "Por ser um exercício mediano, não há um crescimento da musculatura, mas ele trabalha a coordenação motora e dá tonacidade muscular na panturrilha, na coxa, nos glúteos, nos bíceps e nos tríceps." A professora Luciane Fontoura reforça. "A gente não dá só a aula. É exercício físico mesmo. Para quem quer queimar uma celulite, é uma maravilha."

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