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Corte e costura cool

O charme das roupas feitas à mão da marca Quero melancia promete extrapolar as fronteiras do DF

Juliana Contaifer
postado em 19/10/2014 08:00
O charme das roupas feitas à mão da marca Quero melancia promete extrapolar as fronteiras do DFDentro do armário de Thaís Madureira, 24 anos, estão 58 vestidos. O tecido, a estampa, o molde e a costura, tudo foi pensado e executado pela estudante. A paixão de Thaís pelo mundo da linha e da agulha começou cedo e, aos 12 anos, o aprendizado com a máquina de costura veio por conta própria. "Sempre foi uma paixão para mim", conta. As primeiras criações embelezaram uma sortuda boneca e logo evoluíram para pequenas nécessaires plastificadas, que eram vendidas pela mãe no trabalho. Aos 16 anos, os pais da estudante decidiram matriculá-la em um curso de corte e costura. Com os conhecimentos adquiridos, passou a fazer as próprias roupas.

"Nós nos conhecemos na faculdade e, em algum momento, eu descobri que ela fazia roupas que eu não encontrava na rua. Pedi para ela fazer algumas camisas para mim, de botão, com tecidos florais ou estampas mais chamativas", conta o músico e parceiro Gustavo Halfeld, 27 anos. Foi aí que nasceu a ideia da Quero Melancia, marca de roupas completamente artesanais, na contramão da moda fast fashion. "Levantamos essa bandeira de um produto exclusivo, mais detalhado e orgânico, com um número limitado de peças e de produção local, que carregue uma história e um conceito, acima de tudo", afirma Gustavo.

Após alguns meses de gestação, a marca foi lançada em agosto passado. Para que o projeto pudesse sair do papel, Thaís conta que teve que se profissionalizar. "Quando decidimos começar a Quero Melancia, apesar de sempre ter costurado, eu não sabia fazer modelagem. Costumava usar modelos de revista ou inventava mesmo. Fiz um curso para aprender a criar as próprias modelagens e fiz sozinha as da marca", explica a estudante. Tudo é pensado pela dupla, incluindo as estampas feitas de carimbos de borracha, e executado no pequeno ateliê que toma um dos quartos do apartamento. "Desde a escolha do tecido, somos bem criteriosos com todo o processo", afirma Thaís.

A inspiração por trás das roupas vem do movimento Swinging London, dos anos 1960, com suas linhas retas e figuras geométricas. "Gostamos bastante dessa pegada, e tudo com um toque bucólico. Também nos inspiramos muito na natureza e em Brasília. O minimalismo da cidade e os padrões de Athos Bulcão fazem a nossa cabeça", conta Gustavo. A Quero Melancia tem, além de camisas masculinas, shorts, blusas e vestidos para mulheres.

Como toda a produção é feita à mão e costurada por Thaís, as roupas da marca ainda demoram de 20 a 30 dias para chegar. Os pedidos podem ser feitos por e-mail (quero.queromelancia@gmail.com) e pelas redes sociais. O objetivo da dupla é expandir a produção e continuar com o trabalho artesanal ; para isso, já estão avaliando a contratação de ajudantes e fornecedores para atender não só o consumidor brasiliense, mas aqueles de fora do quadradinho. Em dezembro, pretendem lançar uma nova coleção que promete ter tudo a ver com Brasília.



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