Sibele Negromonte
postado em 13/11/2016 08:00
A comida tem o dom de reunir e aproximar as pessoas. Para Milena Costa, essa frase é uma espécie de lema de vida. Fã de uma boa mesa, ela descobriu, por acaso, o prazer de estar também atrás do fogão. E, de quebra, conquistou dezenas de amigos pelas andanças mundo afora. A gastronomia ainda é um hobby para essa servidora pública de 36 anos. Mas projetos não faltam para se tornar também um ganha-pão.
Potencial ela tem de sobra. Milena descobriu que podia cozinhar quando, em 2007, morando sozinha em um país desconhecido e cansada de perambular pelos restaurantes, sentiu necessidade de comer algo caseiro. Decidiu, então, preparar um almoço em casa e, quando se deu conta, tinha 10 convidados. Eram chilenos, argentinos e colombianos que trabalhavam com ela em uma empresa de telecomunicações em Lima, capital do Peru. O menu, Milena lembra-se até hoje: carne moída, feijão, arroz e purê de batata. "Era uma comida simples, de aconchego. O que precisávamos naquele momento."
A ideia deu tão certo que o grupo decidiu repetir o encontro várias vezes. "Como tínhamos duas horas de almoço e eu morava em frente a um supermercado, passamos a nos reunir com frequência para preparar a própria refeição", conta. Detalhe: tudo era cozinhado em um fogareiro de duas bocas. "Até feijoada nos fizemos ali. Quando a gente quer, cozinha em qualquer lugar. Basta ter bons ingredientes e disposição para tentar", acredita.
Meses depois, Milena deixou Lima rumo a uma temporada em Bogotá. E a história se repetiu em terras colombianas. Dessa vez, a brasiliense resolveu fazer um curso para aprender algumas técnicas gastronômicas e aperfeiçoar o dom da culinária. "Mas é tudo muito intuitivo. Gosto de aprender, trocar receitas com quem cozinha bem e, assim, ir dando o meu toque", faz questão de afirmar. De volta ao Brasil, Milena foi morar em São Paulo. Mais uma vez, a casa dela virou o point gastronômico dos amigos e dos amigos dos amigos. "No meu apartamento, tinha uma laje, onde costumava reunir as pessoas. Virou uma espécie de confraria", recorda-se.
Quando retornou à terra natal, em 2012, não podia ser diferente. Milena voltou para a casa dos pais e foi agraciada com um espaço gourmet completamente equipado. "Toda a minha família adora cozinhar. É uma coisa que vem de gerações", justifica. Não deu outra. Por aqui, a servidora pública se uniu a outros amigos que compartilham a paixão pelas caçarolas, e os encontros gastronômicos se tornaram programa frequente.
Há quatro anos, por pura farra, um grupo a desafiou a preparar uma rabada. "A maioria nunca nem tinha comido rabada. Virava a cara para o prato." Milena aceitou a provocação e, depois de muitas pesquisas e adaptações, chegou a uma receita, que compartilha com nossos leitores. Na verdade, um ragu de rabada. O sucesso foi tanto que virou tradição. Ontem, um grupo de 30 pessoas se reuniu na casa de Milena para degustar o quarto ano da rabada. "Gente que achou que não ia comer, não só comeu como adorou", gaba-se.
Na reunião deste ano, para acompanhar o prato principal, Milena escolheu nhoque. Como não faz massa, ela buscou quem a preparasse artesanalmente. Também convidou um amigo que produz cerveja artesanal para fazer a degustação com os convidados. Outra amiga, que faz paletas, também foi à casa de Milena. A ideia era mesmo reunir as pessoas em torno da boa mesa. O prato saiu a preço de custo para os convidados, que levaram a própria bebida. "Dá muito trabalho, mas o prazer de comer bem e reunir os amigos compensa."
Potencial ela tem de sobra. Milena descobriu que podia cozinhar quando, em 2007, morando sozinha em um país desconhecido e cansada de perambular pelos restaurantes, sentiu necessidade de comer algo caseiro. Decidiu, então, preparar um almoço em casa e, quando se deu conta, tinha 10 convidados. Eram chilenos, argentinos e colombianos que trabalhavam com ela em uma empresa de telecomunicações em Lima, capital do Peru. O menu, Milena lembra-se até hoje: carne moída, feijão, arroz e purê de batata. "Era uma comida simples, de aconchego. O que precisávamos naquele momento."
A ideia deu tão certo que o grupo decidiu repetir o encontro várias vezes. "Como tínhamos duas horas de almoço e eu morava em frente a um supermercado, passamos a nos reunir com frequência para preparar a própria refeição", conta. Detalhe: tudo era cozinhado em um fogareiro de duas bocas. "Até feijoada nos fizemos ali. Quando a gente quer, cozinha em qualquer lugar. Basta ter bons ingredientes e disposição para tentar", acredita.
Meses depois, Milena deixou Lima rumo a uma temporada em Bogotá. E a história se repetiu em terras colombianas. Dessa vez, a brasiliense resolveu fazer um curso para aprender algumas técnicas gastronômicas e aperfeiçoar o dom da culinária. "Mas é tudo muito intuitivo. Gosto de aprender, trocar receitas com quem cozinha bem e, assim, ir dando o meu toque", faz questão de afirmar. De volta ao Brasil, Milena foi morar em São Paulo. Mais uma vez, a casa dela virou o point gastronômico dos amigos e dos amigos dos amigos. "No meu apartamento, tinha uma laje, onde costumava reunir as pessoas. Virou uma espécie de confraria", recorda-se.
Quando retornou à terra natal, em 2012, não podia ser diferente. Milena voltou para a casa dos pais e foi agraciada com um espaço gourmet completamente equipado. "Toda a minha família adora cozinhar. É uma coisa que vem de gerações", justifica. Não deu outra. Por aqui, a servidora pública se uniu a outros amigos que compartilham a paixão pelas caçarolas, e os encontros gastronômicos se tornaram programa frequente.
Há quatro anos, por pura farra, um grupo a desafiou a preparar uma rabada. "A maioria nunca nem tinha comido rabada. Virava a cara para o prato." Milena aceitou a provocação e, depois de muitas pesquisas e adaptações, chegou a uma receita, que compartilha com nossos leitores. Na verdade, um ragu de rabada. O sucesso foi tanto que virou tradição. Ontem, um grupo de 30 pessoas se reuniu na casa de Milena para degustar o quarto ano da rabada. "Gente que achou que não ia comer, não só comeu como adorou", gaba-se.
Na reunião deste ano, para acompanhar o prato principal, Milena escolheu nhoque. Como não faz massa, ela buscou quem a preparasse artesanalmente. Também convidou um amigo que produz cerveja artesanal para fazer a degustação com os convidados. Outra amiga, que faz paletas, também foi à casa de Milena. A ideia era mesmo reunir as pessoas em torno da boa mesa. O prato saiu a preço de custo para os convidados, que levaram a própria bebida. "Dá muito trabalho, mas o prazer de comer bem e reunir os amigos compensa."
Ragu de rabada (4 porções)
Ingredientes
1kg de rabo bovino
1 cenoura cortada em cubinhos
1 talo de alho-poró picado
1 talo de salsão picado
1 cebola picada
3 dentes de alho
1 folha de louro
1 ramo de alecrim fresco
1 ramo de tomilho fresco
100ml de vinho tinto
1 lata de tomate pelado
1 ramo de agrião
Sal e pimenta-do-reino a gosto
Modo de fazer
Retire o excesso de gordura dos pedaços da rabada bovina. Tempere com sal e pimenta. Doure em uma panela com óleo. Em seguida, coloque a carne em uma panela de pressão com a cenoura, o salsão e os temperos (louro, alecrim e tomilho) e preencha com água. Deixe por cerca de 40 minutos.
Retire a carne e, em seguida, desosse e a desfie em pedaços não tão pequenos.
Retire a gordura do caldo que ficou na panela de pressão com uma escumadeira.
Em uma outra panela, refogue o alho e a cebola. Depois, acrescente a carne, os tomates, o alho-poró, o caldo e o vinho e deixe no fogo por mais ou menos uma hora e meia.
Para finalizar, coloque o caldo da panela de pressão sem a gordura.
O ragu está pronto para ser servido e fica ótimo para acompanhar massas, polenta e até mesmo como base para um risoto.
P.S.: quando serve o ragu com nhoque, Milena acrescenta um pesto de agrião superfácil de fazer:
1 dente de alho
1 maço de agrião
1/2 xícara de amêndoas (ou pinoli)
Azeite
Bata tudo no liquidificador e vá completando o azeite até dar uma consistência de pesto.
1kg de rabo bovino
1 cenoura cortada em cubinhos
1 talo de alho-poró picado
1 talo de salsão picado
1 cebola picada
3 dentes de alho
1 folha de louro
1 ramo de alecrim fresco
1 ramo de tomilho fresco
100ml de vinho tinto
1 lata de tomate pelado
1 ramo de agrião
Sal e pimenta-do-reino a gosto
Modo de fazer
Retire o excesso de gordura dos pedaços da rabada bovina. Tempere com sal e pimenta. Doure em uma panela com óleo. Em seguida, coloque a carne em uma panela de pressão com a cenoura, o salsão e os temperos (louro, alecrim e tomilho) e preencha com água. Deixe por cerca de 40 minutos.
Retire a carne e, em seguida, desosse e a desfie em pedaços não tão pequenos.
Retire a gordura do caldo que ficou na panela de pressão com uma escumadeira.
Em uma outra panela, refogue o alho e a cebola. Depois, acrescente a carne, os tomates, o alho-poró, o caldo e o vinho e deixe no fogo por mais ou menos uma hora e meia.
Para finalizar, coloque o caldo da panela de pressão sem a gordura.
O ragu está pronto para ser servido e fica ótimo para acompanhar massas, polenta e até mesmo como base para um risoto.
P.S.: quando serve o ragu com nhoque, Milena acrescenta um pesto de agrião superfácil de fazer:
1 dente de alho
1 maço de agrião
1/2 xícara de amêndoas (ou pinoli)
Azeite
Bata tudo no liquidificador e vá completando o azeite até dar uma consistência de pesto.
Dicas da cozinheira
Para Milena Costa, não é preciso ter uma cozinha superequipada para começar a se arriscar na arte de cozinhar. Aos poucos, a pessoa vai sentindo a necessidade de comprar alguns utensílios. Mas ela cita dois itens que facilitarão muito a vida do aprendiz de chef:
Para Milena Costa, não é preciso ter uma cozinha superequipada para começar a se arriscar na arte de cozinhar. Aos poucos, a pessoa vai sentindo a necessidade de comprar alguns utensílios. Mas ela cita dois itens que facilitarão muito a vida do aprendiz de chef: