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Fifa 10: bom no videogame, ruim no PC

Série de games de futebol busca o topo com movimentação ultrarrealista, mas versão para computador não apresenta as funcionalidades dos consoles

postado em 27/10/2009 08:15
Série de games de futebol busca o topo com movimentação ultrarrealista, mas versão para computador não apresenta as funcionalidades dos consolesNa breve história dos gramados do videogame e do computador, Fifa Soccer sempre teve melhor aparência, detalhes e times licenciados, mas sempre ficou atrás do Pro Evolution Soccer (PES), também conhecido como Winning Eleven. Se comparássemos a disputa pela preferência de crítica e público com um campeonato de pontos corridos, Fifa seria o time do meio da tabela que arrancou para as primeiras posições e se equiparou ao PES, até então líder incontestável da competição, estagnado por não ganhar pontos há várias rodadas. Fifa 10, o lançamento deste ano, melhora ainda mais os aspectos que foram responsáveis por essa ascensão, mas apenas nos consoles. Funcionalidades aclamadas nas edições para o Xbox 360 e o Playstation 3, como o movimento fluido em 360º e a mecânica complexa que envolve o peso de cada jogador, são inexistentes na edição do PC, testada pelo Correio. Jogar Fifa 10 no computador é totalmente de experimentar as demonstrações disponíveis na Xbox Live e da Playstation Network. A sensação é de que a série voltou ao patamar das edições do começo da década, quando PES era o rei absoluto. A movimentação dos jogadores é guiada apenas nas direções cardeais e colaterais, e parece completamente artificial. Passes, chutes e lançamentos também não têm o toque de realismo essencial para qualquer game de futebol. Os controles, inclusive o do Xbox 360, também trazem configurações estranhas, o que piora a navegação entre os menus. Nas dificuldades mais baixas, tudo fica ainda pior. Uma partida no nível de Manchester United X Chelsea parece um jogo de várzea: os zagueiros ficam perdidos em campo, e a inteligência artificial dos goleiros - aspecto divulgado como melhoria pela EA Sports - também vira um problema: até mesmo Petr Cech e Edwin van der Sar deixam passar bolas fracas chutadas a menos de dois metros de distância. A jogabilidade ruim contrasta com o ótimo visual e som do jogo. Apesar de os gráficos não estarem melhores que os da versão 2009, as feições dos jogadores mais conhecidos são fieis, e seus gestos também. Fora das quatro linhas, Fifa 10 é bastante completo. Existe uma boa variedade de modos de jogo, mas essencialmente focada no futebol de clubes, com destaque para o Manager Mode, em que você vira o técnico de um time e decide tudo: desde a escalação até a escolha dos patrocinadores. Não existem muitos modos de jogo específicos para competições internacionais. Um punhado de seleções também ficou de fora, como Honduras, classificada para o Mundial da África do Sul. Vale lembrar que, nos anos de Copa do Mundo, a EA Sports costuma lançar uma edição especial do Fifa para a competição. O conceito de ser um jogador de futebol no game criado nas versões anteriores com o Be a Pro foi expandido em Fifa 10. O novo modo, batizado de Virtual Pro, permite criar seu avatar e fixá-lo no elenco de qualquer time. Assim, é possível jogar com ele em qualquer modo: sozinho, com amigos ou em uma temporada, online e offline. Experiência A opção permite que o jogador continue usando seu avatar, sem cair na chatice de ser obrigado a entrar em um modo específico para utilizá-lo. As ações do jogador rendem pontos de experiência que melhoram suas habilidades. Completar alguns desafios como, por exemplo, roubar mais de 15 bolas ou fazer três gols em uma partida, rendem atributos extras: chuteiras, comemorações especiais, entre outros. Fifa sempre foi líder no licenciamento de marcas e clubes, mas, neste ano, a série bobeou com os times nacionais. Apenas oito entre as 20 equipes da Série A do Brasileirão têm nomes e uniformes originais: Atlético-MG, Atlético-PR, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras e São Paulo. As outras levam os nomes de cidades ou locais próximos. No FIFA 10, o clássico Gre-nal (Grêmio x Internacional), por exemplo, virou "G. Porto Alegre x I. Porto Alegre". Na versão brasileira de Fifa 10, as partidas são narradas por Nivaldo Prieto e comentadas por Paulo Vinícius Coelho, o PVC. A quantidade de nuances da narração impressiona. Cada lance é descrito de uma maneira diferente, dependendo do tempo do jogo - um escanteio no meio da partida é totalmente diferente de um aos 45 minutos do segundo tempo. Fifa melhorou neste aspecto, mas ainda esbarra em um velho problema: a frequência incessante com que cada áudio pré-estabelecido é tocado deixa uma impressão ainda distante da narração televisiva que o jogo tenta recriar. Apesar de todos os modos completos, Fifa 10 está longe da "experiência definitiva"de futebol prometida pela EA Sports e, de certo modo, oferecida no Xbox 360 e no Playstation 3. Antes de tirar alguma conclusão, é bom ter em mente que essa é uma versão ruim de um excelente jogo. E que, nos consoles, a impressão pode ser completamente diferente. Classificação indicativa livre Requisitos mínimos Windows XP SP3 / Vista SP2 Processador de 2.4GHz 512MB de RAM (Windows XP) / 1GB de RAM (Vista) Unidade de DVD 8x 7GB de espaço livre no disco rígido Placa de vídeo de 128MB com suporte a Pixel Shader 2.0 Som compatível com DirectX 9 Produção: EA Sports Desenvolvimento: EA Canada Disponível para PC, Xbox 360, Playstation 3, Wii, PSP, Nintendo DS e Playstation 2 Preço sugerido: R$ 229,90 (Xbox 360 e Playstation 3), R$ 199,90 (Wii), R$ 169,90 (PSP), R$ 149,90 (DS), R$ 129,90 (Playstation 2), R$ 99,90 (PC).

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