Tecnologia

Faturamento do e-commerce brasileiro atraí pequenas e médias empresas

A redução nos custos está entre as principais vantagens para aderir ao e-commerce

postado em 31/08/2010 08:30
Investir em comércio eletrônico traz bons resultados para as empresas. De acordo com dados da E-bit e da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, o e-commerce faturou R$ 6,7 bilhões no primeiro semestre de 2010. O valor representa um crescimento de 40% em relação ao mesmo período de 2009. As categorias de produtos mais vendidas nesses seis meses foram livros e assinaturas de revistas e jornais, eletrodomésticos, saúde, beleza e medicamentos, informática e eletrônicos. O valor médio das compras foi de R$ 379.

O crescimento dos números abriu os olhos das pequenas e médias empresas (PMEs), que viram na internet a oportunidade para aumentar o número de clientes e as vendas. No princípio, um dos medos dessas companhias era o alto custo para montar uma loja virtual (1), além dos gastos com equipes de gerenciamento dos sites. Mas a situação mudou. Os principais provedores de hospedagem já contam com plataformas prontas e intuitivas para montar as páginas de vendas, além da automatização de grande parte dos comandos.



;Nos últimos dois anos, tivemos uma quantidade maior de pequenas empresas na internet. Foi nesse momento que surgiu uma das grandes facilidades para o comerciante: o intermediador de meio de pagamento;, explica Gerson Rolim, diretor executivo da camara-e.net. Além disso, o surgimento de sites de leilão, como o Ebay, e a possibilidade de vender por meio de blogs facilitaram a vida de quem quer começar no mundo virtual. Segundo pesquisa realizada pela The Nielsen Company, apenas no site Mercado Livre, 54% dos vendedores, que possuem pessoal contratado para essa atividade, são pequenas e médias empresas, 38% são comerciantes que trabalham por conta própria e apenas 8% são grandes corporações.

O lucro com o uso da página também aumentou. Entre os entrevistados, 32% sinalizaram que as vendas dobraram assim que passaram a utilizar a página. ;Conseguimos oferecer igualdade de condições e oportunidades para grandes e pequenos vendedores, independentemente de onde estejam localizados e de quais produtos ofereçam. Todos encontram grande potencial de venda e serviços de acordo com suas necessidades; o que importa é a competitividade em preço, produto e atenção ao consumidor;, afirma Helisson Lemos, diretor-geral do MercadoLivre.com no Brasil.

;Um dos grandes motivos para abrir um negócio on-line, em detrimento de um off-line, é o custo e a possibilidade de dar um passo depois do outro. Na internet, é possível criar um site com preços baixos e não há necessidade de alugar um espaço físico ou pagar empregados para cuidar do local;, aponta Rolim, da camara-e.net. O fato provoca preocupação para quem procura empregos no mundo real. No entanto, apenas as atividades de comércio eletrônico na plataforma Mercado Livre devem gerar cerca de 9 mil postos de trabalho nos próximos seis meses. ;Existem empregos que somem de um lado, mas aparecem de outro. Por exemplo, eu não vou ter um vendedor na minha loja virtual, mas vou ter um especialista em e-marketing. Não há desemprego;, garante Rolim.

Solidez no mercado
Não basta abrir uma loja virtual e querer vender tudo de uma vez. O empresário deve procurar informações e cursos para que o negócio on-line prospere. ;As três grandes dicas são: planejamento, planejamento e planejamento. O brasileiro é muito empreendedor, mas, às vezes, deixa de lado a parte do estudo prévio para o negócio que deseja começar. É importante uma análise do mercado que se quer atender;, explica Rolim.

O pequeno e o médio empresário contam ainda com uma vantagem no mercado virtual: atender os nichos de mercado. ;Se ele for querer vender de tudo um pouco, vai acabar enfrentando uma briga com os grandes e será uma guerra inglória. Quando se foca em um produto, o comerciante não vai competir com as grandes empresas, pois ele tem alguns produtos de todas as categorias e não tem todos os produtos de uma mesma categoria;, destaca Rolim.

A partir do momento que a PME coloca na rede uma oferta com diversidade de cores, tamanhos e tipos, o consumidor vai perceber que se trata de um fornecedor forte na categoria e, assim, ele será reconhecido como a principal loja desse produto na internet. ;Quando se faz uma abordagem completa de um nicho de mercado, o comerciante sai da guerra de preços e terá muito mais chance de dar atenção e atender bem ao e-consumidor;, esclarece.

1 - Investimento virtual

Em uma pesquisa da Piramyd Research, patrocinada pelo Google, as pequenas e médias empresas aparecem com grande interesse em investir no comércio eletrônico e na publicidade virtual. Das 3.600 PMEs pesquisadas na América Latina, 86% já contam com algum tipo de
website e 60% estão usando métodos de e-marketing para anunciar e vender os produtos.

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