Tecnologia

Tablets, objetos do desejo, e de disputas entre os fabricantes

Com um mercado de tablets aquecido no Brasil, fabricantes anunciam produtos ainda mais potentes. A previsão é de que o setor triplique as vendas das pranchetas eletrônicas este ano

Enviada Especial
postado em 12/04/2011 08:00
Com um mercado de tablets aquecido no Brasil, fabricantes anunciam produtos ainda mais potentes. A previsão é de que o setor triplique as vendas das pranchetas eletrônicas este ano
Santiago (Chile) ;
Uma pesquisa da empresa GFK mostrou que, não fosse pelo preço, 57% dos brasileiros já teriam nas mãos um iPad. Entre jovens de 18 a 24 anos, o número sobe para 67%. O gadget, lançado há apenas um ano, se tornou objeto de desejo ; e de disputa. Segundo pesquisa do instituto IDC, 100 mil unidades foram comercializadas no ano passado no Brasil. A partir da novidade da Apple, marcas como Samsung, Motorola, Dell, Asus, HP e RIM lutam hoje por espaço no mercado de tablets, anunciando modelos já para os próximos meses, na briga pela atenção do consumidor ávido por tecnologia. A previsão para este ano é vender três vezes mais do que em 2010, principalmente no segundo semestre, quando a disputa deverá ficar ainda mais acirrada.

A Samsung, por exemplo, acaba de apresentar dois modelos que desembarcam no Brasil entre junho e julho. A aposta para enfrentar os rivais está na linha Galaxy. ;Vemos um domínio cada vez maior de smartphones e tablets e, por isso, nossos lançamentos estão fortemente baseados nesses dois pilares;, disse o vice-presidente da Divisão de Telecom da Samsung no Brasil, Silvio Stagni, durante o Fórum 2011, realizado no Chile. Os novos aparelhos são o Galaxy Tab 10.1 e o Galaxy Tab 8.9, que completam a linha de pranchetas digitais da marca, ao lado do já comercializado modelo de sete polegadas. Na apresentação, o vice-presidente de Telecom para a América Latina, Teobaldo Palacios, disse que os tablets vieram em diferentes opções para o usuário, e não apenas como um único produto. Alusão ao iPad? Talvez.

A concorrência e a rivalidade, porém, não param por aí. Mais do que a empresa de Steve Jobs, a fabricante coreana terá muitos outros adversários pela frente. Por aqui, o Galaxy 10.1 chega em junho, por cerca de R$ 1,7 mil, enquanto o 8.9 desembarca um mês depois, por um valor pouco inferior. Os preços dependem ainda de discussões tarifárias sobre a classificação de tablets como computadores ou não. Enquanto isso, outras empresas também fazem propaganda de suas novas promessas. O EeePad Transformer, da Asus, por exemplo, deverá começar a ser vendido no Brasil em junho, equipado com Android 3.0 (Honeycomb) ; o mesmo dos novos da Samsung ; e processador NVidia Tegra 2. Outros três modelos da marca (Slate, Slider e MeMo) completarão o portfólio até o fim do ano.

;Cremos que 2011 será o ano dos dispositivos móveis inteligentes;, afirmou Palacios. No que depender dos tablets, ele parece ter razão. Em fevereiro, a HP já havia anunciado o TouchPad, que roda o software WebOS, da Palm, tem 9.7 polegadas e processador Snapdragon, da Qualcomm. A previsão é que ele esteja disponível nos Estados Unidos em junho. A Motorola, por sua vez, foi a primeira a utilizar o Android Honeycomb, versão criada para tablets. O lançamento do Xoom ; anunciado na Consumer Eletronics Show ; foi em fevereiro e, no Brasil, o produto será apresentado à imprensa nesta semana. Enquanto isso, na segunda metade do ano, o mercado local recebe também o BlackBerry PlayBook, da RIM, com sistema operacional QNX. Mais um tablet para duelar com a concorrência será a nova versão do Streak, da Dell, com sete polegadas, processador de dois núcleos Nvidia Tegra 2 e Android 2.2.

Com tantas opções no comércio (sem falar no iPad 2), a tarefa da Samsung de emplacar os Galaxy Tabs será árdua. A fabricante, contudo, segue otimista nos lançamentos. Durante o Fórum, fez questão de destacar que os dois caracterizam os modelos mais finos do mercado, com 8,6mm de espessura, e alternativas para quem prima pela velocidade.

O suporte ao HSPA é de até 21Mbps, e o processador dual core é de 1GHz. Os tablets contam ainda com a interface TouchWiz, em que o usuário pode customizar a tela inicial e rodar aplicativos ao mesmo tempo em que faz, por exemplo, um download. O consumidor poderá escolher entre modelos de 16GB, 32GB e 64GB de memória.

A parte de entretenimento fica a cargo de mais de 2,2 milhões de livros, 2 mil jornais e 2,3 mil revistas, disponíveis no Readers Hub, que vem pré-carregado nos devices. Além da leitura, o usuário pode acessar e-mails, mensagens instantâneas e redes sociais por meio do Social Hub, com bateria que promete durar até 10 horas de uso contínuo, sem precisar ser recarregada. Tanto o modelo de 10.1 polegadas quanto o de 8.9 têm câmera posterior de 3MP e frontal de 2MP, e reproduzem vídeos em Full HD. Nenhum deles, porém, terá sinal de TV digital ou fará chamadas de voz, como acontece no original de sete polegadas. ;O 7 permanece no mercado, e a gente continua acreditando que ele tem um público específico. A entrada dos dois novos tamanhos não significa o fim dele;, assegurou Stagni, apostando no valor da portabilidade do primeiro aparelho.

A repórter viajou a convite da Samsung do Brasil

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação