Tecnologia

Começa seleção para construção do novo acelerador de partículas nacional

O laboratório deverá impulsionar pesquisas em diversas áreas, como medicina, agricultura e engenharia de materiais

Roberta Machado
postado em 15/09/2014 07:04
A execução de um dos maiores projetos científicos da história do país começa a sair do papel depois de cinco anos de planejamento. Trata-se do Sirius, um acelerador de elétrons circular de última geração, um tipo de equipamento que vai possibilitar aos pesquisadores brasileiros a realização de avançadas pesquisas, que vão desde a física de materiais até o desenvolvimento de novos fármacos. A construção, orçada em R$ 1,3 bilhão, deve ser concluída em 2018 e poderá atender milhares de cientistas brasileiros e estrangeiros todos os anos.

O laboratório deverá impulsionar pesquisas em diversas áreas, como medicina, agricultura e engenharia de materiais

A luz síncroton é uma radiação eletromagnética que abrange um intervalo muito grande de espectros, indo do infravermelho aos raios X. Esse tipo de aparelho é usado para analisar as características microscópicas dos materiais, desde proteínas usadas em remédios até nanoestruturas artificiais. Essa luz é gerada pela aceleração de elétrons dentro de um grande anel com meio quilômetro de comprimento, a uma velocidade muito próxima à da luz.



Até agora, existe apenas um acelerador de luz síncroton em toda a América Latina, e ele fica no Brasil. O UVX foi construído em 1997 pelo Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Em 2009, o laboratório começou a projetar um novo equipamento para permitir experimentos mais avançados e ver diferentes detalhes da matéria em escala nanométrica. Em 2012, o grupo quis ir além e decidiu aproveitar a oportunidade para criar uma ferramenta ainda mais potente, de quarta geração. A única estrutura neste mesmo nível é o MAX IV, ainda em construção na Suécia.

;É uma mudança qualitativa. Vai permitir que se faça no país coisas que não eram possíveis;, ressalta diretor do LNLS, Antonio José Roque. Os cientistas do laboratório receberam dicas dos maiores especialistas na área: os pesquisadores da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern). Foram eles que desenvolveram o Grande Colisor de Hádrons (LHC), o equipamento que permitiu a confirmação da existência do bóson de Higgs. Os responsáveis pelo projeto brasileiro passaram duas semanas na Suíça para conhecer a tecnologia e devem combinar a nova experiência com o conhecimento já adquirido na construção do acelerador brasileiro.

A matéria completa para assinantes está . Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação