Tecnologia

Aplicativo para tablet feito por brasileiro concorre a prêmio da ONU

O órgão busca ferramentas mobile que fazem diferença na sociedade. O Livox busca incluir pessoas com dificuldade na fala

postado em 19/01/2015 18:00

O órgão busca ferramentas mobile que fazem diferença na sociedade. O Livox busca incluir pessoas com dificuldade na fala

Um dos maiores dramas de quem tem algum tipo de deficiência física é frequentar a escola e tentar aprender o conteúdo da mesma forma que os outros alunos. Pensando nisso, os pernambucanos Carlos Edmar Pereira e Paulo Henrique Rodrigues criaram um software para tablets que pudesse aprimorar as habilidades desses estudantes, especialmente os que têm dificuldade na fala.

[SAIBAMAIS]A possibilidade de mudar, radicalmente, a forma como as pessoas com necessidades especiais se comunicam fez com que o aplicativo se tornasse um dos finalistas do World Summit Award Mobile Content, uma premiação da Organização das Nações Unidas (ONU) que busca soluções tecnológicas móveis que "façam a diferença".

Tudo começou há três anos, e a ideia surgiu a partir das dificuldades enfrentadas por Clara, 7 anos, filha de Carlos, que tem paralisia cerebral. "O Livox oferece conversão de texto e símbolos em voz com sons naturais", explica o idealizador. Para quem tem boa coordenação motora, mas não consegue falar, basta escrever. Quem não tem, pode utilizar figuras.

"As pessoas com dificuldades não usam o tablet da mesma forma que a gente. Por isso, desenvolvemos um algoritmo capaz de perceber o usuário. Dependendo da forma como ele toca a tela, que pode ser até batendo, ele faz vários cálculos para se adaptar às necessidades motoras do indivíduo."

Além disso, há ferramentas que ajudam a ler, escrever e fazer cálculos matemáticos. No primeiro uso, já é possível programá-lo e escolher a interface que mais se adequa. Até o momento, o app está disponível em 25 idiomas, apenas para Android, e é utilizado por mais de 10 mil pessoas, segundo Carlos.

No WSA, o Livox concorre, junto a outros quatro aplicativos (de Gana, Palestina, Filipinas e Portugal), pela categoria Inclusão e Empoderamento. No ano passado, o app ganhou um prêmio nacional da ONU, de melhor em educação do país, e outro de inovação tecnológica de maior impacto em Washington (EUA), pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. Para saber mais, clique .

Brasil na reta final

Outros dois apps brasileiros também estão na disputa. O Sistema Ambiental Paulista, disponível para Android, localiza parques, checa a qualidade do ar e mostra onde estão os locais de reciclagem, entre outras funções, e concorre na categoria Meio ambiente e Saúde.

Já o Colab.re analisa como a população está recebendo os serviços públicos em tempo real, a fim de construir um banco de dados e possibilitar os cidadãos fazer sugestões - no Brasil, o app gratuito já é usado por 50 mil pessoas, nas plataformas Android e iOS. O Colab.re concorre na categoria Governo e Participação.

Você pode votar no seu projeto favorito neste link até o 26 de janeiro. A votação popular não é o único critério de decisão, mas o júri vai levar em conta a opinião do público na premiação.

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