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Associação católica processa site francês por incentivo ao adultério

O Gleeden, rede social para mulheres que buscam relações extraconjugais, é acusado de violar o Código Civil francês

postado em 19/03/2015 16:33
O site de relacionamentos francês Gleeden, que tem como proposta ser um ambiente online para que pessoas casadas (especialmente mulheres) tenham relações fora do matrimônio, está sendo processado por desrespeitar o Código Civil francês. A Associação de Famílias Católicas usa o artigo 212 como o argumento. Segundo o dispositivo, "Parceiros casados têm o dever do respeito mútuo, fidelidade, ajuda e assistência".

O anúncio do Gleeden que circulava nos transportes públicos da França com os dizeres:

Os anúncios da rede social, espalhados pelo país em transportes públicos, foram os maiores causadores dos incômodos que levaram aos processos e já foram proibidos em algumas cidades. "Entramos em uma era na qual nada é serio, queremos levar as pessoas a pensar que o adultério é algo tão insignificante a ponto de permitirem publicidade?", questionou o presidente da Associação de Famílias Católicas, Jean-Marie Andres, em uma declaração feita ao jornal francês Le Figaro.

Uma representante da rede social afirmou, em entrevista à BBC, que o Gleeden não pode se responsabilizar pela infidelidade no mundo. "Nós só atendemos uma demanda existente, não inventamos o adultério." Já a especialista em lei familiar Stephane Valory afirma que a reivindicação da Associação de Famílias Católicas tem base legal sólida, mas acredita que a Justiça também vai considerar as mudanças nos valores morais da sociedade moderna para julgar o caso.

Segundo informações do próprio Gleeden, fundado em 2009, a rede tem 2,3 milhões de usuários na Europa, sendo um milhão destes só na França. O registro no Gleeden é gratuito para mulheres. Homens precisam pagar.

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