Turismo

Segurança em cruzeiro pela Patagônia é severa

A cada tour, os passageiros devem se identificar, de modo a nunca se perderem

postado em 24/11/2010 08:00
No Glaciar Pia, coletes salva-vidas aguardam os respectivos donos: cada um tem uma plaqueta com o número de identificação do viajanteRotina não é necessariamente uma palavra que cause desconforto. E no caso do dia a dia de um navio como o Mare Australis, é preciso ser companheiro do relógio. A programação diária (descidas, palestras, refeições ou atividades) é passada a cada passageiro logo no embarque. As idas à terra firme (são opcionais, mas é difícil achar quem não as faça) são precedidas de algumas explicações. As fotos com montanhas, glaciares e trilhas ao fundo podem causar falsa impressão, mas as caminhadas são tranquilas. Representam, na verdade, uma forma de permitir o acesso de todos ; já que a idade dos passageiros vai de um extremo ao outro, e o que poderia parecer excitante para uns vira tormento para outros.

Há também regras rígidas, como não fumar no interior da embarcação, nem mesmo nas cabines. Resta ao desconsolado pitar nas áreas externas de cada deque (são quatro), companheiro do frio e do vento. Mas nem tudo são intempéries: o barco é climatizado, o que permite circular sem blusa de frio; e, nas cabines, dá para regular a temperatura. Ao sair para os passeios, o hóspede tem que deixar num quadro o seu número de identificação, que vem numa plaqueta presa ao colete salva-vidas. É uma forma de controlar o retorno de todos: se alguém ficar em terra e o navio partir, a chance de sobrevivência é quase nula.

Os serviços no bar e no restaurante destacam-se pelo atendimento simpático e interessado em ajudarO passageiro pode visitar a casa de máquinas do navio num dia determinado pela tripulação. Novamente, há normas de segurança: cachecol, luvas e blusa de frio com capotes não são permitidos por causa de possíveis acidentes envolvendo engrenagens. O serviço de garçons no restaurante e no bar é bom, assim como o dos camareiros.

A gorjeta, dada na noite anterior ao fim do cruzeiro, é opcional, mas quase uma obrigação moral. Na agência de viagens que faz o receptivo em Punta Arenas, antes do embarque, sugere-se que uma quantia razoável seja de US$ 8 por dia. Diferentemente do que ocorre nos navios convencionais de cruzeiros, onde se dá gorjeta (propina, em espanhol) para garçons e camareiros separadamente, no Mare Australis ela é dividida para toda a tripulação. O hóspede coloca a quantia num envelope (aí vale sua consciência), lacra e, sem nenhum tipo de identificação, coloca numa urna que fica em frente à recepção. Se você não der nada, os caras não têm como xingá-lo depois.

Suvenires do tipo blusas, bolsas, bonés e livros são encontrados num pequeno mostruário, com preços até aceitáveis, sempre em dólares americanos. No geral, a tripulação atende muito bem, até com simpatia. Do barman ao camareiro, do piloto de botes ao garçom, todos mostram interesse em servir e explicar detalhes.

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