Turismo

A 178km de Paris, está o castelo que locado para a novela Cordel Encantado

Ele guardou as obras de arte do Museu do Louvre durante a Segunda Guerra Mundial

Tatiana Nascimento
postado em 19/10/2011 11:04
Ele guardou as obras de arte do Museu do Louvre durante a Segunda Guerra Mundial

Cordel encantado acabou. Mas os órfãos da novela das seis, que fez sucesso ao misturar conto de fadas, cangaço e cordel, não precisam ficar tão tristes. Que tal pegar um avião e ir conhecer o Reino de Seráfia ao vivo e em cores? As cenas do reino distante foram gravadas no Castelo de Chambord, o maior da bela região do Vale do Loire, na França. Considerado Patrimônio Mundial da Humanidade, o castelo recebe 800 mil visitantes por ano.

Se não houver muito tempo, você pode fazer a visita no estilo bate-volta. Chambord fica a 178km de Paris e dá para ir tranquilamente de carro. Mas leve dinheiro trocado para o péage (pedágio), pois dele você não escapa. Mas é um dinheiro bem pago: as estradas são novas e bem sinalizadas.

Você vai notar que demora um pouquinho até chegar da entrada até o palácio propriamente dito. Isso porque a área total de Chambord tem quase 5,5 mil hectares (quase o tamanho da cidade de Paris) e é murada. Um senhor muro, por sinal: tem 32km de extensão total e oferece apenas seis portas de entrada para os visitantes. O lugar abre para visitação todos os dias, menos em 25 de dezembro e 1; de janeiro.

Chegando-se lá, é possível deixar o carro no estacionamento e rumar para o palácio, que a despeito do tamanho monumental, foi originalmente construído para servir como pavilhão de caça do Rei Francisco I. Pense numa megalomania! Praticamente a versão francesa de Timotinho de Brogodó. Chambord tem 440 salas, 365 lareiras e 84 escadarias. A mais espetacular é a escadaria aberta em dupla hélice.

Na época da gravação, o castelo renascentista recebeu uma equipe com cerca de 80 técnicos e 400 figurantes

Diz a lenda que Leonardo da Vinci teria projetado a escadaria, a qual sobe por três pisos e é feita de tal forma que duas pessoas podem subir e descer sem se encontrarem. Outra coisa que chama a atenção, apesar das lareiras, é o frio que faz no castelo. Ainda que faça sol lá fora e seja verão ou primavera, é recomendável usar casaco lá dentro.

Restaurado
Chambord ficou pronto em 1547, após 20 anos de construção. Francisco I, o idealizador da obra, passou por lá apenas sete semanas, período dividido em curtas temporadas de caça. Quando ele anunciava que iria caçar, o trabalho dos serviçais era imenso. Toda a mobília, os utensílios e a comida tinham de ser levados com o grupo, que podia chegar a 2 mil pessoas.

O rei caçador morreu naquele mesmo ano e os sucessores não quiseram saber de Chambord por mais de 80 anos. Em 1639, Luís XIII deu o palácio ao irmão Gaston, Duque de Orleans. Ele restaurou o castelo, mas era difícil viver por ali. Houve mais abandono e o castelo passou de mão em mão por séculos. Até que, em 1932, foi comprado pelo governo francês.

Não poderia ter acontecido coisa melhor. Pouco tempo depois, durante a Segunda Guerra Mundial, Chambord serviu de abrigo para várias obras de arte retiradas (em segredo) do Museu do Louvre. Inclusive a Mona Lisa e a Vênus de Milo se esconderam por lá. O castelo foi o mais importante dos 83 depósitos para onde foram levadas, até o fim da guerra, 5.446 caixas com obras de arte.

Hoje Chambord está lá, todo restaurado, mobiliado, com peças de tapeçaria, animais empalhados e prataria, servindo até de cenário para novela. Na loja de suvenires é possível encontrar também o Chambord Liqueur Royale, feito da mesma maneira há mais de 300 anos com amoras pretas, mel, baunilha e conhaque.

O elenco de Cordel encantado no maior castelo do Vale do Loire: local tem 440 salas e 84 escadarias

Se você tiver mais de um dia para conhecer a região, a dica é se hospedar no Grand Saint Michel, hotel que fica praticamente em frente ao castelo. Os quartos são simples e as diárias têm preços a partir de 58 euros (o café da manhã é pago por fora e custa 9,10 euros por pessoa). Vale muito a pena. Imagina só acordar pela manhã e dar de cara com Seráfia pela janela?

Saiba mais

Site oficial

www.chambord.org

Como ir

Para chegar de carro, saindo de Paris, siga para o sul, sempre pela autoroute A10. Pouco depois da cidade de Orleans, pegue a saída 16 até a cidadezinha de Mer. Depois, siga pela estrada D112. Você chegará direto ao castelo.

Horários de visitação

De 2 de janeiro a 31/3, das 10h às 17h. De 1; de abril a 30/9, das 9h às 18h. De 1; a 31/12, das 10h às 17h.

Preço

9,50 euros (bilhete normal); 8 euros (tarifa reduzida). Para ver a lista completa de quem tem direito a redução de preço ou a entrada franca, acesse: www.chambord.org/upload/pagesstatiques/fichiers//tarifsspeciaux2011.pdf.

Hospedagem

Hotel e Restaurante Grand San Michel www.saintmichel-chambord.com

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