Turismo

Legado para a humanidade, as construções do Camboja sobreviveram à guerra

Anos de luta e guerra civil não apagaram as maravilhas do Camboja. Hoje pacificado, país que fica no sudoeste da Península da Indochina tem os maiores templos religiosos do mundo

Bertha Maakaroun/Estado de Minas
postado em 29/10/2015 15:55

O movimento de turistas se intensificou após os conflitos. No ano passado, 4,5 milhões de visitantes conheceram as belezas do local, como o Angkor Wat, em Siem Reap

Aberto ao turismo, após a sangrenta ditadura do Khmer Vermelho, há pouco mais de duas décadas, o Camboja, reino de contrastes sociais e de pobreza extrema, é um país em reconstrução. Pelos portões da mágica Angkor (templo ao norte de Siem Reap), que exibe ao mundo as belezas de uma civilização por séculos considerada ;perdida;, passaram, só em 2014, pouco mais de 4,5 milhões de turistas.


[SAIBAMAIS]O Camboja está no sudoeste da Península da Indochina. Sofreu entre 1969 e 1975 intensos bombardeios dos Estados Unidos, que tentavam atingir os guerrilheiros vietcongues infiltrados na região da fronteira com o Vietnã. Com os desdobramentos da guerra vizinha, a capital do país caiu, em 1975, nas mãos do Khmer Vermelho, que se intitulava um movimento revolucionário comunista.


O líder Pol Pot e a sua ;organização; impuseram ao Camboja uma brutal ditadura, que evacuou cidades e cometeu crimes classificados como genocídios, cuja dimensão foi mais tarde revelada. Estima-se que entre 2 a 4 milhões de pessoas tenham sido mortas, executadas, torturadas ou vítimas de extremo cansaço por trabalhos forçados. Em 1979, uma intervenção vietnamita afastou o Khmer parcialmente do poder. Iniciou-se ali uma guerra civil.
Hoje, o Camboja, que é uma monarquia constitucional, está pacificado e o turista encontra ao percorrer os seus impressionantes monumentos muitos de seus habitantes que se reinventam, após terem sofrido dramáticas mutilações dos tempos de guerra civil.


O crescimento vertiginoso no fluxo de visitantes, que quadruplicou em 10 anos, aliado a uma infraestrutura urbana ainda frágil, transforma algumas ruas de Siem Reap, principal destino turístico do país, em uma confusão de motos, tuk-tuks ; carroças puxadas por bicicletas ;, disputando espaço com carros e pedestres. O país tem todos os problemas típicos da pobreza: esgoto a céu aberto, crianças vendendo objetos nas saídas de pontos turísticos. Apesar das dificuldades e a luta pela sobrevivência, o povo é alegre e muito trabalhador.


Contudo, a infraestrutura hoteleira é ótima. E embora a joia da coroa sejam as ruínas de mais de 30 templos só nas imediações de Siem Reap, o caderno Turismo mostra o que vale uma imersão nessa cultura para conferir a tradicional produção artesanal de seda, a culinária, a dança e as fantásticas massagens.

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