Esporte

Artigo: O efeito Endrick na Libertadores

A vitrine da Libertadores é terapia. Quando uma Seleção é eliminada, a palavra fracasso fere a alma dos adolescente

Estevão e Endrick, atacantes do Palmeiras -  (crédito: Fabio Menotti/Ag. Palmeiras)
Estevão e Endrick, atacantes do Palmeiras - (crédito: Fabio Menotti/Ag. Palmeiras)
postado em 13/04/2024 06:00

O sucesso de Endrick aos 17 anos, com cinco títulos no Palmeiras, gols pela Seleção Brasileira contra a Inglaterra, em Wembley; e a Espanha, no Santiago Bernabéu; além da iminente apresentação ao Real Madrid no meio deste ano em um negócio fechado por 45 milhões de euros, encorajam técnicos de times brasileiros da Libertadores a lançar candidatos a prodígio.

Estêvão fez o terceiro gol do Palmeiras contra o Liverpool do Uruguai aos 16 anos, 11 meses e 19 dias. É o sétimo mais jovem a balançar a rede no torneio. Entre os brasileiros, só fica atrás do recordista brasiliense Ângelo Gabriel (16 anos, 3 meses e 17 dias) e de Endrick (16 anos, 10 meses e 18 dias).

A exibição de Estêvão encerra uma semana fora da caixinha de três treinadores conservadores no trato com promessas da base. Na última terça-feira, Fernando Diniz colocou em campo Kauã Elias pela segunda vez nesta Libertadores. A cria de Xerém nasceu em 26 de março de 2006. Tem 17 anos. É reserva de Cano, Kennedy e Lelê.

Tite deu moral ao menino Lorran. O autor da cobrança de escanteio na cabeça de Léo Ortiz no lance do segundo gol da vitória do Flamengo contra o Palestino, na quarta, nasceu durante a Copa de 2006. Três dias depois de a França eliminar o Brasil nas quartas com aquele recital de Zidane, em Frankfurt, na Alemanha.

Estêvão é mais jovem do que Kauã Elias e Lorran. A certidão de nascimento aponta 24 de abril de 2007. O paulista de Franca completará 17 anos daqui a 12 dias e ganhou presente antecipado de Abel Ferreira. Escalado desde o início, brilhou aberto na ponta-direita, tocou o terror e foi recompensado com o gol no Allianz Parque.

Kauã Elias, Lorran e Estêvão têm uma frustração em comum. Em 2023, o trio disputou o Mundial Sub-17, na Indonésia. Sofreram juntos a dor da eliminação contra a Argentina nas quartas, por 3 x 0.

A vitrine da Libertadores é terapia. Quando uma seleção é eliminada, a palavra fracasso fere a alma dos adolescentes. Estêvão, Lorran e Kauã Elias ganham espaço no Palmeiras, no Flamengo e no Fluminense. Quebram as resistências de Abel, Tite e Diniz de escalar "moleques".

O Palmeiras se despede de Endrick. Estêvão é candidato a novo xodó. O Flamengo perderá meio time na Copa América. Lorran joga nas pontas e até como falso nove. Kauã Elias era o dono da camisa 9 do Brasil no Mundial Sub-17 do ano passado. Com a lesão de Lelê, vira a primeira opção da fila nas ausências de Cano e Kennedy.

Eliminação na base nem sempre é o fim. Ou alguém lembra da bola fora da Seleção sub-23 de Endrick no Pré-Olímpico depois do que ele fez contra Inglaterra e Espanha na principal? 

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