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Investigação aponta que Elize ligou para a polícia 25 dias antes do crime

Elize Matsunaga, 31 anos, assassina confessa do marido, o empresário Marcos Matsunaga, ligou para a polícia 25 dias antes do crime para pedir orientações. No telefonema, feito em 24 de abril para o serviço de emergência da Polícia Militar, e gravada pelo órgão, Elize disse que estava sendo ameaçada pelo companheiro e pediu ajuda à autoridade. No diálogo, revelado ontem, ela conta que o marido saiu de casa e questiona se pode trocar a fechadura da porta. O policial pergunta há quanto tempo eles são casados, explica que ele tem o direito de entrar na residência, mas a recomenda fazer uma ocorrência. Ela aceita e a ligação é encerrada.



O áudio, anexado ao processo a pedido da Defensoria, é considerado pelo advogado de Elize, Luciano Santoro, uma prova de que ela não tinha vida boa. Para o promotor de Justiça, José Carlos Cosenzo, responsável pela acusação, a ligação, entretanto, comprova a premeditação do crime. Hoje, a ré e outras duas testemunhas serão interrogadas na audiência de instrução do caso para saber se a bacharel em direito será levada a julgamento pelo assassinato e esquartejamento da vítima, cometidos em maio deste ano. Para Luciano Santoro, a ligação poderá derrubar a versão da promotoria de que o executivo era uma pessoa tranquila e não a ameaçava.