Patrícia Rodrigues - Especial para o Correio
postado em 06/12/2016 06:03
A Justiça de São Paulo condenou Elize Matsunaga a 19 anos e 11 meses em regime fechado por matar, esquartejar e ocultar o corpo do marido Marcos Kitano Matsunaga, diretor da Yoki alimentos. A sentença foi proferida na madrugada de ontem e causou discordância entre advogados.Leia mais notícias em Brasil
A defesa alega que a pena foi dura e a acusação sustenta que a ré deveria ter sido condenada com mais qualificadoras. O juri, composto por quatro mulheres e três homens, entendeu que Elize cometeu um homicídio qualificado por não ter dado chances de defesa à vítima. ;O juiz subiu demasiadamente essa pena, não refletiu a decisão dos jurados. A dosimetria foi completamente equivocada no nosso entender;, disse o advogado de defesa Luciano Santoro.
Elize assinou, ainda na madrugada, o requerimento recorrendo da sentença. Luciano Santoro acredita que o sentimento da defesa é de ;ganhou, mas não levou;. Segundo ele, a sentença não corresponde a outras sentenças proferidas pela mesma vara em crimes parecidos. ;A gente acaba tendo uma dissociação daquilo que é normal com esse caso que deu uma repercussão na mídia;, criticou. ;A pena dela foi muito além do que é merecido;, completou a advogada de defesa Roselle Soglio.
Para a acusação, no entanto, foi uma boa decisão, mas a promotoria esperava que o júri votasse a favor das qualificadoras por ;motivo torpe; (por vingança e dinheiro) e ;meio cruel; (que a vítima ainda estaria viva quando foi esquartejada). ;O motivo da vingança foi claríssimo. Não sei se os jurados se equivocaram ou se não quiseram reconhecer, mas a pena foi dentro daquilo que imaginávamos, dentro do que foi acolhido pelos jurados;, disse o promotor José Cosenzo.