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O que já se sabe sobre a queda do prédio ocupado em São Paulo?

Após quase 30 horas do desabamento, há mais perguntas que respostas sobre a tragédia. Confira o que já se sabe sobre o desmoronamento do edifício ocupado por 170 famílias

Hellen Leite
postado em 02/05/2018 10:51

Um acidente doméstico é a principal hipótese levantada para explicar o incêndio. 170 famílias moravam no prédio

O desabamento do prédio de 24 andares que estava ocupado por cerca de 170 famílias, no Largo do Paissandu, na região central de São Paulo, na madrugada de terça-feira (1;/5), continua mobilizando centenas de pessoas, entre militares do Corpo de Bombeiros, assistência social e voluntários. Ao todo, 320 pessoas foram cadastradas como desabrigadas após o incêndio e 44 pessoas ainda não foram localizadas. Apenas um homem é considerado desaparecido. Os bombeiros tentavam resgatá-lo quando o imóvel ruiu.

[SAIBAMAIS]Quase 30 horas após o desabamento, há mais perguntas do que respostas sobre a tragédia. O Correio reuniu o que já se sabe sobre o desmoronamento do prédio, que pertence ao Governo Federal, mas estava cedido à Prefeitura de São Paulo.

Como o prédio pegou fogo?

As causas do incêndio ainda não foram divulgadas oficialmente pelas autoridades. No entanto, um acidente doméstico com botijão de gás e panela de pressão é a principal hipótese levantada para explicar o incêndio, segundo o secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, Mágino Alves. Peritos do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo analisam dois botijões de gás encontrados nos escombros. Segundo os peritos do IC, um laudo será feito a partir da análise dos objetos e destroços encontrados para se chegar as prováveis causas do incêndio.

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O que causou o desabamento?

O edifício desmoronou às 3h, no momento em que o Corpo de Bombeiros fazia os resgates. De acordo com o porta-voz da corporação, tenente Guilherme Derrite, a temperatura chegou a atingir 700;C no local, o que danificou seriamente a estrutura do imóvel.

Alguém morreu?

Nenhuma morte foi confirmada, no entanto, um homem, identificado como Ricardo, que estava sendo resgatado por uma corda, foi levado pelos escombros no momento em que o prédio desabou. O sargento Diego, do Corpo de Bombeiros, orientou o morador a sair do local, mas, antes disso, a estrutura veio abaixo e a corda se rompeu, levando o morador para baixo dos escombros. Segundo o sargento, encontrar Ricardo vivo seria um milagre.

Quantos desaparecidos?

Apenas Ricardo é confirmado como desaparecido. Segundo a corporação, outras 44 pessoas registradas no cadastro de moradores do prédio ainda não foram encontradas pela Prefeitura, mas não se sabe se elas estavam no local. Moradores relatam, entretanto, que ao menos três pessoas sumiram durante o incêndio, entre elas duas crianças, irmãs gêmeas.

Quanto tempo vai durar o trabalho dos bombeiros?

Os resgates devem durar ao menos uma semana. Nas primeiras 48 horas, os bombeiros farão um trabalho de resfriamento da estrutura, depois desse período, devem usar retroescavadeiras e cães farejadores em busca das vítimas.

De quem era a responsabilidade do prédio?

O prédio foi inaugurado em 1966 e já abrigou a Polícia Federal de São Paulo e o INSS. De acordo com o Ministério do Planejamento, o imóvel foi cedido provisoriamente pela Secretaria do Patrimônio da União à prefeitura do município de São Paulo, no ano passado, com a previsão de que seria utilizado para acomodar a Secretaria municipal de Educação e Cultura.

Para onde as famílias desabrigadas irão?

Após a tragédia, as famílias deverão receber auxílio moradia de R$ 1,2 mil no primeiro mês e, a partir do segundo, de R$ 400 em 12 meses. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Habitação do Estado de São Paulo.

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