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Em Campinas, idoso chora morte do filho, mas agradece por mulher estar viva

Aposentado foi ao IML para reconhecer corpo do filho, morto por um atirador na Catedral Metropolitana em Campinas

em liberar a posse de armas e destacou o "direito à legítima defesa".

Já para o especialista em segurança da Fundação Getulio Vargas (FGV) Rafael Alcadipani, o ataque reforça o risco de armar a população. "Quanto menos arma, menos crime. É o que mostra a maioria dos achados científicos sérios." Estudos, disse, mais recentes apontam que um crescimento de 1% na circulação de armas pode causar alta de 2% nos crimes em geral.

Mais casos


Também em Campinas, há dois anos, outro ataque com arma de fogo deixou 13 mortos. Um homem atirou contra a ex-mulher, o filho e outros parentes durante festa de réveillon e depois se matou.

Em Goiânia, com arma da mãe policial, um adolescente matou dois colegas na escola e feriu quatro no ano passado. E, em 2011, um jovem atirou contra alunos em uma escola de Realengo (RJ), matando 12 crianças.

Atirador


Euler Grandolpho, de 49 anos, não era casado nem tinha filhos. Órfão de mãe há oito anos, morava com o pai em bairro de classe média de Valinhos (SP). Segundo um amigo, era "um cara inteligente". Dono de oficina mecânica, o amigo ficou surpreso com o caso. "Estive com ele no sábado. Não sei o que deu na cabeça dele." Nos últimos meses, Grandolpho vendeu um carro e uma moto. "Disse que estava com muitos gastos."

Grandolpho entrou nesta terça na Catedral de Campinas e passou a atirar nos fiéis. Matou quatro pessoas e se matou após ser atingido por PMs que chegaram ao local.

Identificado como analista de sistemas, Grandolpho assumiu em 2012 o cargo de auxiliar de promotoria do Ministério Público Estadual, mas foi exonerado em 2014. Aposentado, o pai de Grandolpho é ministro da eucaristia em uma igreja de Campinas. "Uma família muito boa", disse uma mulher ligada à paróquia. Amigos dizem desconhecer se ele tinha problemas psiquiátricos e parentes deixaram o Instituto Médico-Legal nesta terça sem falar com a imprensa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.