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Tempestade deixa 5 mortos no Rio de Janeiro; 1 pessoa está desaparecida

Em outro ponto, a pista da ciclovia Tim Maia foi derrubada e caiu no mar. Com os acidentes, a Avenida Niemeyer está completamente interditada

Agência Estado, Agência Brasil
postado em 07/02/2019 07:34
As chuvas provocaram deslizamentos de terra que atingiram dois ônibus na zona sul

Pelo menos cinco pessoas morreram em razão das fortes chuvas que atingem o Rio de Janeiro desde o início da noite desta quarta-feira (6/2). A informação foi confirmada pelo prefeito Marcelo Crivella, que decretou luto oficial de três dias. O temporal também causou um deslizamento que provocou o desabamento de trecho da Ciclovia Tim Maia.

Um dos mortos é uma mulher que estava em um ônibus que foi atingido pela queda de uma barreira na Avenida Niemeyer, próximo ao Vidigal, na zona sul do Rio. Por volta das 9h40 da manhã, bombeiros e agentes da Defesa Civil ainda tentavam retirar o corpo do coletivo, que está coberto por árvores junto à pista. Outro passageiro do ônibus ainda está desaparecido e suspeita-se que ele esteja soterrado.

Além da vítima que estava no ônibus, as chuvas causaram uma morte na Rocinha e outra no Vidigal. De acordo com o Corpo de Bombeiros, outras duas pessoas morreram durante o desabamento de uma casa em Pedra de Guaratiba, na zona oeste da cidade. No mesmo local, outros dois homens ficaram feridos e foram encaminhados ao Hospital Municipal Lourenço Jorge.

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou, nesta quinta-feira (7/2), que a Avenida Niemeyer permanecerá totalmente interditada nos dois sentidos até a conclusão dos trabalhos das equipes da Prefeitura e do Corpo de Bombeiros. A orientação é que os motoristas que precisarem trafegar entre a Gávea e São Conrado nesta manhã acessem o Túnel Zuzu Angel.
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Além de São Conrado, os bairros mais atingidos foram Barra da Tijuca, Itanhagá, Freguesia e as comunidades da Rocinha e do Vidigal. No total, 170 árvores e seis postes foram derrubados em razão do vento, e 17 bolsões de alagamentos foram formados nas ruas do Rio. Na estação Forte de Copacabana, a medição mostrou rajadas de vento de mais de 100 km/h. Crivella afirmou que 600 agentes da prefeitura trabalham para amenizar os efeitos das chuvas pela cidade.

Dos 35 pontos de alagamento registrados na capital, ainda existiam pelo menos nove por volta das 10h, em bairros como Itanhangá, Barra da Tijuca e Pechincha. Equipes da Comlurb trabalham nos pontos identificados. Até a publicação desta matéria, 11 bairros da cidade estavam sem luz, a maioria também na zona oeste.

A Defesa Civil municipal registrou 104 ocorrências para vistoria em decorrência das chuvas. Entre as principais, estão desabamentos de estruturas, ameaças de desabamento, rachaduras e infiltrações em imóveis, e deslizamentos de encostas.

Estado de crise


O Centro de Operações informou que a cidade entrou em estágio de crise às 22h15 de quarta-feira diante das fortes chuvas. A administração municipal recomendou que a população somente se desloque "em caso de extrema necessidade" e alertou que moradores de áreas de risco precisam ficar atentos aos alertas sonoros.

Os moradores se depararam, por toda a cidade, com muitos danos causados pelo temporal, principalmente nas zonas sul e oeste: árvores caídas e atravessadas em algumas das principais vias em razão dos fortes ventos que, em Copacabana, chegaram a 110 quilômetros por horas; sinais de trânsito funcionando precariamente; postes caídos e bolsões d;água nas principais ruas e avenidas.

Alerta Rio

De acordo com dados do Alerta Rio, o sistema de monitoramento da prefeitura, o volume de chuva acumulado em apenas duas horas na noite dessa, quarta-feira, foi maior do que o esperado para todo o mês de fevereiro em alguns pontos dessas regiões.
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A ventania também arrastou um veleiro que estava nas proximidades de uma das praias da zona sul para o Arpoador, entre Copacabana e Ipanema. A embarcação ficou encalhada na areia, e os quatro ocupantes foram retirados sem nenhum ferimento. Alguns quiosques instalados na orla de Ipanema e no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste, foram danificados pelo vento.

Ainda há grandes bolsões de água em vários pontos da zona sul, como Leblon, Gávea, Ipanema, Lagoa, Botafogo e em São Conrado. Há bolsões também no Itanhangá e na Barra da Tijuca.

Neste momento, a chuva deu uma trégua e não há previsão de precitações fortes ao longo desta quinta-feira. Pode ocorrer, no entanto, chuva de intensidade fraca a moderada, com probabilidade de deslizamentos de terra nas zonas sul e oeste, onde o solo está encharcado.

Trânsito


Em relação ao trânsito, o prefeito Marcelo Crivella admitiu que a situação mais crítica é na Avenida Niemeyer, que só deverá ter as pistas liberadas no fim do dia.

A avenida é uma das duas opções de ligação entre os bairros da zona oeste, como a Barra, e a zona sul. Nos dias úteis ela opera em mão única sentido zona sul, integrando o corredor reversível em direção ao centro.

Bairros


Entre os bairros mais afetados pelo temporal estão a Rocinha, onde uma pessoa foi arrastada pela força da água, o Vidigal, o Alto da Boa Vista, a Barra da Tijuca e Pedra de Guaratiba.

Sirenes foram acionadas na Favela da Rocinha e na Comunidade Sítio Pai João, no bairro do Itanhangá, perto da Barra. A orientação do Sistema Alerta Rio era para que as pessoas procurassem pontos seguros de apoio.

Vários bairros ficaram sem luz, devido à queda de árvores sobre a rede de alta tensão. As equipes de emergência da Light foram muito acionadas, principalmente nas zonas oeste e norte.

Durante parte da noite, os túneis Santa Bárbara e Zuzu Angel, que liga São Conrado à Gávea e ao Leblon, foram interditados por quedas de árvores.

Em decorrência do estágio de crise, a prefeitura cancelou a coletiva marcada para hoje, quando seria apresentado o planejamento para o Carnaval Rio 2019.
Um vídeo gravado na Rocinha mostra um homem sendo levado pela enxurrada, durante o temporal. Segundo testemunhas do episódio, esse rapaz foi socorrido e passa bem.

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