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Investigado por abuso sexual em colégio de MG reafirma inocência

Estagiário, de 22 anos, foi ouvido por cerca de duas horas e seu advogado acredita que a inocência será comprovada. De acordo com a Polícia Civil, outras 40 pessoas também já prestaram depoimento

Cristiane Silva/Estado de Minas, Guilherme Paranaiba /Estado de Minas
postado em 14/10/2019 15:00
Hudson (à direta) foi à delegacia acompanhado dos advogados que o representamEm depoimento à Polícia Civil que durou cerca de duas horas na manhã desta segunda-feira (14/10), o ex-estagiário de educação física investigado por abusos sexuais nas dependências de colégio da unidade de Cidade Nova, no Bairro Nova Floresta, Região Nordeste de Belo Horizonte (MG), o suspeito de 22 anos, voltou a reafirmar sua inocência.

Ele alega que apoiava o professor nas aulas de educação física e nunca abusou de nenhuma criança. O suspeito disse ainda que não sabe o que pode ter motivado as denúncias que ele atribui como falsas e desconfia de preconceito. "Existem várias coisas, a gente vive em um país em que a desigualdade social é muito grande. Às vezes a gente sofre alguma discriminação, não sei", afirma ele.

O advogado que o representa, Fabiano Lopes, acrescenta que a situação social do ex-auxiliar pode ter contribuído para essa situação. "Ele acredita que pelo fato de ele ser negro, pobre, humilde, teria de alguma forma refletido nele como a parte mais fraca dentro do procedimento", diz o advogado. Lopes pontuou ainda que a defesa reitera a inocência do investigado se apoiando em provas que já foram arrecadadas, como imagens das dependências internas do colégio.

"Ele desde suas primeiras declarações tem negado o ocorrido e alega ser inocente. Juridicamente a defesa tem alegado que seria impossível esse crime ter ocorrido pelas questões de segurança da escola, pelas imagens que foram arrecadadas que foram previamente conferidas e não encontram nenhum tipo de situação que deixaria a autoridade policial com suspeição", acrescenta.

O suspeito conversou com a imprensa ao sair da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), que fica no Bairro Carlos Prates, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Como a investigação corre em segredo de Justiça, a Polícia Civil não divulga detalhes. Pelo menos duas denúncias diferentes são apuradas e o ex-estagiário foi a 41; pessoa ouvida no curso do inquérito.

Ainda segundo Fabiano Lopes, a investigação já está próxima da elaboração do relatório, mas ele disse que ainda podem acontecer novos depoimentos. O advogado destacou que outra linha usada pela defesa é a questão da indução das crianças a apontarem uma situação que não aconteceu a partir de falsas memórias. "Tem a questão também das mães estarem apoiando o ex-estagiário e conhecer a índole dele. Existem também as falsas memórias, que são as questões psiquiátricas e psicológicas que estamos alegando. A defesa acredita que no final tudo vai dar certo", afirma.

Enquanto a Polícia Civil não conclui o inquérito, o jovem diz que espera que isso tudo termine para tentar reconstruir sua vida. "Minha vida está parada. Não durmo, não faço nada. Eu quero dizer que antes de fazer qualquer julgamento prévio, a gente tem que ter cautela. Não ficar acusando os outros sem ter prova, porque fica uma lição de moral pra todo mundo também que acompanha os jornais, eu me considero inocente, minha consciência está tranquila", afirma.

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