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Aeronave cai sobre carros logo após a decolagem em Belo Horizonte

Avião de pequeno porte caiu no Bairro Caiçara. Três mortos e três feridos foram confirmados pelo Corpo de Bombeiros

Guilherme Paranaiba /Estado de Minas, Cecília Emiliana/Estado de Minas, Cristiane Silva/Estado de Minas, Aissa Mac*/Estado de Minas, Teresa Caram / Estado de Minas
postado em 21/10/2019 08:37

[FOTO1]Uma aeronave caiu sobre três carros no Bairro Caiçara, Região Noroeste de Belo Horizonte (MG), na manhã desta segunda-feira (21/10). Segundo o Corpo de Bombeiros, a queda, que ocorreu na Rua Minerva, no trecho situado entre as ruas Nadir e Rosinha Sigaud, deixou ao menos três mortos e três feridos (veja lista dos nomes abaixo).

O avião de pequeno porte, modelo SR 20 Cirrus Design, havia acabado de decolar do Aeroporto Carlos Prates, levando o piloto e três passageiros. De acordo com o coronel Erlon Botelho, chefe do Estado-Maior do Corpo de Bombeiros, um dos mortos estava dentro do avião e os outros dois estariam em um dos carros atingidos.

Ainda segundo o coronel, o piloto estaria entre os sobreviventes. Mais tarde, o hospital para onde ele foi levado informou que seu estado é gravíssimo, com queimaduras por todo o corpo. "Os três feridos já foram devidamente medicados e socorridos em hospitais da região metropolitana;, explicou o militar.

Lista de vítimas

Mortos

  • Pedro Antônio Barbosa, 54 anos (estava no carro)
  • Paulo Jorge de Almeida, 61 anos (estava no carro)
  • Hugo Fonseca da Silva, 38 anos (estava no avião)
Feridos
  • Allan Duarte de Jesus Silva, 29 anos (pilotava o avião)
  • Thiago Funghi Alberto Torres, 30 anos
  • Srrael Campras dos Santos

Investigação

[SAIBAMAIS]O coronel disse ainda que uma equipe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), no Rio de Janeiro, já está a caminho de Belo Horizonte. Segundo apurou o Estado de Minas, o monomotor tinha sido vendido e o piloto estava indo entregá-lo em Ilhéus, na Bahia. Os passagerios estavam de carona na viagem.

A caminho do local do acidente, a reportagem flagrou o momento em que dois carros da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) passaram por um grupo de moradores, que gritaram que o aeroporto Carlos Prates precisa ser fechado. Vários pontos próximos às ruas Minerva, Rosinha Sigaud e Nadir estão interditados. Na academia próxima ao local, apenas o fornecimento de energia elétrica foi comprometido. O imóvel deve ser vitoriado pela Defesa Civil

Pânico

Morador da Rua Minerva há 45 anos, o aposentado Antônio Aderilton, de 75, viveu momentos de pânico dentro de casa. ;Eu estava na mesa do café quando ouvi o barulho. Saímos correndo muito assustados, eu e minha esposa. Pensamos que fosse um posto de gasolina que tivesse estourado. Foi um barulho completamente diferente do que estamos acostumados a ouvir;, contou.

O casal saiu da residência pra ver o que havia ocorrido, mas foi surpreendido pelas chamas, que os impediram de se aproximar mais. Ele lembrou dos outros acidentes ocorridos na região e falou da sorte que tiveram. ;Tinha acabado de fazer uma oração pedindo a proteção divina e foi o que aconteceu, Ele me deu essa proteção. Jamais passei tamanho susto;, comentou.

A advogada Maria Elisa Silva de 59 anos, que mora na Rua Francisco Bicalho, paralela à Minerva, convive angustiada com os pousos e decolagens das aeronaves, que segundo ela, sobrevoam sua casa a uma altura muito baixa. Ela que já vivenciou a queda do avião de pequeno porte em abril deste mesmo ano, conta que para os moradores do bairro, o drama é diário.

"Isso aí é uma tragédia que vai acontecer todo dia, todos os dias esses aviões passam muito baixo, já fiz contato com a Infraero e não tomam providência e é desesperador porque a gente fica esperando quando e onde vai ser a próxima queda. Na minha casa todos estão com muito medo, o bairro é residencial e não comporta esses aviões, eu já liguei já conversei e eles pedem para filmar, vamos ter que filmar quando cai, é absurdo", relata.

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Histórico no local

A rua Minerva, no Bairro Caiçara, foi palco de outro acidente envolvendo uma avião em 13 de abril deste ano. Na ocasião, a aeronave de modelo francês Socata ST-10 Diplomate bateu em um poste, nas proximidades do número 405, em meio a dezenas de moradias. A colisão deixou um morto ; o médico Francisco Fabiano Gontijo, de 47 anos, instrutor de voo e experiente piloto. Carbonizado, o corpo teve que ser identificado pelo IML por meio de exames de arcada dentária e impressão digital.

A queda arrastou parte da fiação da via, que ficou interditada por dois dias. O episódio deixou moradores e comerciantes apreensivos. Como se não bastassem as aeronaves que passam rasantes sobre casas, apartamentos e pontos de comércio, a apreensão da comunidade local se intensifica quanto às condições das máquinas que sobrevoam a localidade, diante da constatação de que o monomotor que caiu, fabricado em 1971, cruzava os céus no último sábado com a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) vencida desde janeiro.


A caminho do local do acidente desta segunda, a reportagem do Estado de Minas flagrou o momento em que dois carros da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) passaram por um grupo de moradores, que gritaram que o aeroporto precisa ser fechado.

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