Brasil

Três estudantes são indiciados por ataque racista a aluna de colégio do Rio

Mensagens foram trocadas via Whatsapp

Correio Braziliense
postado em 05/06/2020 17:06
Ndeye Fatou Ndiaye, estudante atacada nas mensagensA polícia do Rio de Janeiro indiciou três estudantes por ataques racistas a aluna do colégio Liceu Franco-Brasileiro, em Laranjeiras, Zona Sul da capital fluminense. As mensagens com conteúdo considerado racista foram trocadas via Whastapp entre cinco estudantes da escola particular. As informações são do portal G1

A polícia concluiu que dois alunos cometeram ato análogo aos crimes de racismo e injúria racial e o terceiro, ato análogo ao crime de injúria racial. Como os outros dois só riram na conversa, a autoridade policial declarou que não há informações suficientes para indiciamento. 

A investigação está a cargo da 9ª DP do Rio de Janeiro. O caso será encaminhado ao Ministério Público Estadual.

Em nota, enviada a imprensa,  o colégio Liceu Franco-Brasileiro declarou que repudia os atos. A escola destacou que os fatos ocorreram fora do colégio e que a esola tem desenvolvido atividades de conscientização com os alunos. "A instituição de ensino, há décadas, faz um intenso trabalho de combate ao preconceito e ao racismo com vários professores e especialistas. Sendo um deles, o Prof. Diomário Silva, ativista do movimento negro. E assim continuará, seguindo o parecer e as orientações do Prof. Renato Noguera, especialista em Educação das Relações Étnico-Raciais, ampliando as atividades de combate ao racismo, envolvendo todos da comunidade escolar, incluindo as famílias e os profissionais do colégio", afirmou. Veja a nota completa ao fim da matéria. 
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Saiba Mais

As mensagens vieram à tona no fim de maio e repercutiram nas redes sociais. Artistas como Taís Araújo e Iza saíram em defesa da aluna Ndeye Fatou Ndiaye, de 15 anos, atacada nas mensagens. 
 
Entre os conteúdos racistas, havia mensagens que diziam "para comprar um negro, só com outro negro mesmo"; "Quando mais preto, mais preju" e "Dou dois índios por um africano", entre outras frases que ofendiam a estudante diretamente, como "fede a chorume" ou "escravo não pode. Ela não é gente". 
 

Nota colégio Liceu Franco-Brasileiro 

Colégio Franco- Brasileiro reitera sua posição antirracista.

Os fatos mencionados ocorreram fora do colégio e de seu ambiente virtual, que é gravado. O colégio recebeu a informação de um grupo privado de WhatsApp, composto de 15 membros, autodenominado ‘Bonde OFC’, e que atua, desde 2016, disseminando ideias racistas e preconceituosas. Suas razões de agir, assim como todos os participantes, ainda não foram identificados pelas autoridades. 

A instituição de ensino, há décadas, faz um intenso trabalho de combate ao preconceito e ao racismo com vários professores e especialistas. Sendo um deles, o Prof. Diomário Silva, ativista do movimento negro.

E assim continuará, seguindo o parecer e as orientações do Prof. Renato Noguera, especialista em Educação das Relações Étnico-Raciais, ampliando as atividades de combate ao racismo, envolvendo todos da comunidade escolar, incluindo as famílias e os profissionais do colégio 

O  Franco-Brasileiro sempre esteve aberto às sugestões que pudessem somar ao ensino de seus alunos. Em razão disso, está aceitando todas as recomendações das autoridades, a fim de intensificar o plano de erradicar qualquer ato discriminatório em nosso meio social.

Só por meio  da educação é possível mudar a sociedade. A luta contra o racismo é de todos. 

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