A posse do novo chefe da Casa Civil do DF, Sérgio Sampaio, na próxima quarta-feira, deve abrir uma temporada de mudanças na equipe do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), como forma de melhorar algumas áreas desgastadas e dar uma nova cara à administração. Na aproximação com a Câmara Legislativa, o chefe do Executivo deverá receber indicações de deputados distritais ou partidos aliados. Os secretários com perfil técnico são os mais vulneráveis a substituições porque foram escolhidos diretamente por Rollemberg, que poderá abrir espaço para composições políticas.
Em quatro dias, o novo secretário-chefe da Casa Civil do Distrito Federal começa a exercer o cargo efetivamente. Sérgio Sampaio tem um perfil técnico, pela condição de servidor de carreira da Câmara dos Deputados, mas com boas relações no meio político. Aos 33 anos, em 2001, chegou à direção-geral da Casa, por escolha do então presidente, Aécio Neves (PSDB), com quem tem uma forte ligação. Sampaio, no entanto, consegue transitar bem entre os diferentes partidos. Exerceu o cargo de executivo mais importante da Câmara também na gestão de petistas, como João Paulo Cunha (SP). No mandato de Marco Maia (PT-RS), ele foi secretário-geral da Mesa Diretora, outra função estratégica.
Com esse perfil híbrido, o novo chefe da Casa Civil será uma ponte entre a gestão administrativa e a articulação política. Uma das principais metas de Rollemberg é aprovar projetos na Câmara Legislativa que possibilitem o aumento da arrecadação tributária. Sem uma ampla base de apoio, o governador não conseguirá maioria para emplacar projetos controversos, como a venda de ações de empresas públicas e o aumento da Taxa de Limpeza Urbana (TLP). Entre os alvos de deputados distritais estão a Agência de Fiscalização (Agefis), a Secretaria de Saúde e a de Mobilidade Urbana. No Departamento de Trânsito (Detran) também poderá haver mudanças, caso Rollemberg ceda à pressão de parlamentares.
O novo chefe da Casa Civil terá como atribuição principal pacificar as relações com a Câmara Legislativa e se engajar na solução da crise financeira herdada por Rollemberg. Sampaio ainda analisa a real situação da capital e não arrisca adiantar mudanças. Ele afirma que vai trabalhar nos grandes projetos previstos pelo governador e que não tomará decisões precipitadas. Conhecido como profissional técnico, competente e conciliador, caso pretenda fazer mudanças na estrutura de pessoal, pode esbarrar na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Com o limite prudencial ultrapassado, a atuação será baseada muito mais na articulação política do que em reformulações de pessoal, como a criação de pastas ou a nomeação de cargos de confiança.
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