Cidades

Após repercussão, velhinhos fazem vídeo exclusivo para o Correio

Depois de ganhar a internet com pedidos especiais de presentes de Natal, os moradores da Casa do Idoso Amor à Vida, agora, aguardam ansiosos a chegada do Bom Velhinho. Diante das postagens, gente de Brasília e de diversas partes do país entrou em contato com o abrigo para oferecer ajuda

Hellen Leite
postado em 28/10/2016 06:00

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Não à toa, a reportagem sobre os pedidos de Natal feitos pelos velhinhos, moradores da Casa do Idoso Amor à Vida, em Luziânia (GO) foi a mais lida durante toda a última quarta-feira (26/10) no site do Correio. Desde que foi publicada, o asilo recebeu diversas ligações. São Paulo, de Minas Gerais, do Paraná... Gente de vários cantos do Brasil se dispuseram a ajudar esses vovôs e vovós a alcançarem aqueles pedidos, tão simples, mas de coração.

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Os presentes ainda não chegaram, mas os dedos da Maria de Fátima Alconforado de Souza, 60 anos, estão cruzados. Ela quer um par de brincos e um porta-retratos. O acessório é para voltar aos tempos em que era mais vaidosa. Já o outro presente tem um valor mais especial. ;Quero pôr um retrato do meu neto, o Yuri. Ele é danadinho, mas é um amorzinho. Tem os cabelos cacheadinhos, dourados. Ele é muito amoroso.;

Nascida no Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense, dona Celeste Ramos, 93, não gosta que digam que ela é carioca. ;Sou Fluminense e não é por causa do futebol;, afirma. Da casa onde morava com o filho e o marido, lembra-se de poucas coisas, mas guarda um lugar especial na memória para os objetos de decoração e para a costura. A idade não lhe permite manter um raciocínio coerente, mas as fortes lembranças dão o ar da graça aos poucos. Logo que questionada sobre o que queria de presente da Natal, Celeste não titubeia: ;Uma garrafa d;água;. O pedido emocionou a equipe. ;Uma coisa tão simples dessas é de comover;, diz Nayane.

Pouco tempo depois, já esquecida de tal pedido, Celeste recorda outra paixão: a costura. Quando jovem, aprendeu a técnica sozinha e chegou a sobreviver apenas do dinheiro da arte. ;Eu adorava costurar. Faço até vestido de noiva. Vou querer uma fazenda (pedaço de tecido) de presente da Natal;, declara. Perguntada se poderia fazer uma blusa, como quem conhece bem o serviço, a resposta está na ponta da língua. ;Depende do tamanho do tecido que trouxer. Posso fazer, não sei se vai ficar do seu agrado, mas terá capricho;, garantiu. Celeste, no entanto, não costura mais. A memória trai a idosa e a faz achar que ainda pode exercer a antiga profissão.

Namorada

Animado, na beira da piscina, Antônio Ferreira de Castro, 83, é categórico quanto ao presente. ;Uma camisa, uma calça, um chapéu... E uma namorada.; Cearense, ele não dispensa uma conversa. E se o papo envolve festa, presente e comida à vontade, a ansiedade logo toma conta dele. ;Mas vai ter festa?;, pergunta. ;Natal é bom demais. Tem música, festa, a gente dança, tem aquele tanto de comida, né? Lá no Ceará eu passava a noite acordado, namorando;, recorda-se. O almoço de Natal na Casa do Idoso Amor à Vida será em 23 de dezembro.

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