Jornal Correio Braziliense

Cidades

Assassino ameaçou aluna, conta parente da vítima: 'Está preparada?'

Suspeito do crime em escola de Alexânia, Misael Pereira de Olair, 19 anos, tentava um relacionamento com a adolescente Raphaella Noviski, 16, desde o ano passado

"Ele já a ameaçava desde o ano passado. Quando foi hoje cedo, ela recebeu uma ligação e ouviu: ;Está preparada?;. Aí, logo em seguida, ele desligou;, relatou a prima, que pediu para não ter o nome revelado. Pouco depois, Raphaella foi morta na sala de aula da escola, após ser atingida com 11 tiros no rosto, de acordo com a delegada que cuida do caso.

Raphaella morava com a avó e, em outra ocasião, Misael ameaçou entrar na casa da menina com uma faca. ;Ela não procurou a delegacia porque pensou que isso fosse acabar. No ano passado, ele foi à casa da minha avó ameaçando entrar dentro com faca. Minha avó é cadeirante, ficou desesperada. E meu tio ameaçou ligar para a polícia se ele continuasse indo para lá", contou a prima da vítima.

[FOTO1050379]

Momentos de pânico

[SAIBAMAIS]A testemunha não estava na sala de aula no momento do tiroteio, mas narra os minutos de terror que viveu na escola: "Eu fui ao banheiro e, quando estava entrando na sala, vi que ele estava atirando. Eu não vi que era nela. Saí correndo para a secretaria e perguntei: ;Cadê a Raphaella? Cadê a Raphaella?;. Aí eu voltei para sala e fiquei lá até os policiais chegarem", detalhou.

Misael pulou o muro por volta das 9h da manhã e foi de encontro à vítima, que assistia a aula do 9; ano do ensino fundamental. O rapaz entrou em pelo menos três salas antes de encontrar a adolescente. Ele estava com uma arma calibre .32 e usava uma máscara no rosto. Todos os disparos, 11 no total, foram direcionados à menina.

A PM informou ainda que o suspeito disse odiar a garota. Vítima e atirador eram amigos nas redes sociais. ;Ela não fazia mal para ninguém, não tinha por que ter raiva dela. Foi maldade mesmo;, lamentou a prima.

[FOTO1050325]

Segundo a Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Alexânia (Seduce), a escola dispõe de câmeras no pátio e dois vigias noturnos. De acordo com a pasta, uma equipe com três psicólogas e uma assistente social da Coordenação Regional de Educação, Cultura e Esporte (Crece), de Anápolis, já foram deslocados para Alexânia para apoiar a equipe da escola, alunos e familiares. "A Seduce lamenta profundamente o trágico acontecimento e informa que trabalha em um esforço contínuo para manter a paz e a fraternidade no ambiente escolar", informou a pasta através de nota.