Flávia Maia
postado em 10/11/2017 17:10
O Governo do Distrito Federal e a direção da Companhia Energética de Brasília (CEB) resolveram travar uma guerra contra a greve dos funcionários da empresa e anunciaram que entraram Justiça para pedir a volta de 100% das equipes até a normalização dos prejuízos acusados pelo temporal desta semana. Após esse período, o governo pede que 75% do efetivo funcione, visto que o fornecimento de energia elétrica é considerado fundamental. Cerca de 2,6 mil casas e comércios ainda estão sem energia, algumas há mais de 70 horas.
No clima de oposição ao movimento grevista, o governo resolveu retirar a proposta apresentada - que propunha recomposição da inflação e aumento de R$ 150 no tíquete, totalizando R$ 1.218. Em assembleia, os funcionários rejeitaram o acordo. A negociação do acordo coletivo vai, dessa forma, para dissídio, e será decidido pela Justiça trabalhista.
Os trabalhadores da CEB pedem aumento de R$ 1,2 mil, o que, segundo o governo corresponde a uma média de 8% de aumento, índice superior à inflação registrada no país.
O secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, chamou a greve de "inoportuna, oportunista e descabida". Para ele, o movimento está aproveitando do momento climático para forçar o governo a aceitar os pedidos da categoria.
O diretor-presidente da CEB, Lener Silva Jayme, endureceu o discurso contra os grevistas. "Nós vamos para Justiça. Essa greve é abusiva. O interesse corporativo não pode sobressair ao coletivo", bradou.