Jornal Correio Braziliense

Cidades

Motivação do bombeiro que furtou viatura continua desconhecida

Começa hoje a investigação do episódio em que um bombeiro furtou uma viatura e só parou depois de a PM atirar nas rodas do veículo, já na Esplanada dos Ministérios


O episódio em que o 2; sargento Fabrício Marcos de Araújo, 44 anos, furtou, na madrugada de domingo (3/12), um caminhão do Corpo de Bombeiros em Ceilândia e dirigiu mais de 31km até ser detido, a tiros, na Esplanada dos Ministérios, resultou em quatro acusações contra o militar e . No entanto, uma série de perguntas continuam à espera de respostas.
Ainda não foi esclarecida a real intenção do motorista. Em um áudio enviado pelo celular a colegas, o militar disse que não queria pretendia machucar ninguém e que, quando chegasse ao Congresso Nacional, pararia. No entanto, em depoimentos aos quais o Correio teve acesso, testemunhas citaram a existência de outras mensagens em que Fabrício manifestaria o desejo de "causar danos" à sede do Legislativo e "explodir a viatura" no prédio.
Também ainda não foi esclarecido como o bombeiro conseguiu entrar na unidade, pegar a chave e sair do local com uma das maiores viaturas, destinada ao combate de grandes incêndios. Não se sabe também se o militar agiu sob o efeito de álcool ou alguma outra droga. Nenhum integrante do comando do Corpo de Bombeiros se pronunciou sobre esses fatos.
As poucas explicações vieram por meio de nota oficial da Secretaria de Segurança Pública, no meio da tarde de domingo. O texto, assinado também pelo Corpo de Bombeiros Militar e pelas polícias Civil e Militar, fala que, a princípio, não há elementos que indicam a intenção de atentado terrorista. A equipe responsável pelo caso começa a trabalhar hoje. . Ontem, foi realizada apenas a perícia no local em que o caminhão parou.
. Os PMs da Rotam e da Patamo, que iniciaram a perseguição na via Estrutural, demonstraram a preocupação de haver um refém no caminhão do Corpo de Bombeiros. Eles só decidiram atirar após constatar que não havia ninguém além do motorista.

Enquanto um policial se assegurava da ausência de civis ou militares na linha de fogo, o outro fazia a mira, com o carro da PM em alta velocidade. Depois de alguns minutos, finalmente, o atirador comemorou o sucesso dos disparos. Tiros acertaram primeiro pneus dianteiros do caminhão. Em seguida, atingiram traseiros. Sem estabilidade, a viatura derrapou e os policiais militares conseguiram deter o bombeiro.
Logo todos os PMs participantes da perseguição cercaram o caminhão. Ileso, o bombeiro não esboçou qualquer reação. Os PMs o levaram ao 1; Grupamento de de Bombeiro Militar, ao lado do Palácio do Planalto. Um major, oficial de plantão na unidade, deu a voz de prisão ao 2; sargento. No momento do crime, a Esplanada estava fechada parcialmente ao trânsito de veículos devido a um evento esportivo marcado para a manhã de domingo.
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