Cidades

Tribunal do Júri condena homem que matou a mulher a facadas em Ceilândia

Júri condenou Beny José de Paula a 12 anos de prisão por feminicídio. Crime ocorreu há mais de um ano, em Ceilândia

postado em 06/12/2017 09:18
Júri condenou Beny José de Paula a 12 anos de prisão por feminicídio. Crime ocorreu há mais de um ano, em Ceilândia
O motorista Beny José de Paula, 58 anos, vai ficar 58 anos preso por esfaquear e matar a esposa, Eliane Vieira de Paula, em setembro do ano passado. Em julgamento na terça-feira (5/12), o Tribunal do Júri de Ceilândia condenou o homem pelo crime de feminicídio. A defesa decidiu não recorrer.


Testemunhas relataram que Beny e Eliane discutiam quando . O homem atacou a manicure, à época com 42 anos, no tórax e no pescoço. Ela tentou pedir ajuda na casa de vizinhos, mas morreu no local, na QNO 02 (Ceilândia Norte).

Depois de esfaquear Eliane, Beny tentou suicídio com uma facada na própria garganta. Ele chegou a ser internado Hospital Regional de Ceilândia com estado grave, mas sobreviveu. Ainda dentro do hospital, o acusado recebeu voz de prisão.

De acordo com as testemunhas ouvidas pelo tribunal, o casal discutia com alguma frequência. No dia do crime, Beny estaria "transtornado".

Eliane trabalhava como manicure na casa onde morava, em Ceilândia Norte. No velório, em 21 de setembro de 2016, amigos e parentes disseram ao Correio que a mulher era "muito feliz" e "sem inimizades".
Fachada da casa onde Eliane trabalhava como manicure: mais de dois terços dos feminicídios ocorrem dentro das residências das vítimas


Mais de um feminicídio por mês


Estatísticas da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social (SSP/DF) mostram que 14 mulheres morreram vítimas de feminicídio no DF entre janeiro e setembro de 2017. Uma discreta queda em relação ao mesmo período do ano passado, quando o número de mulheres mortas pela violência machista chegou a 16.

[SAIBAMAIS]Preocupa o fato de, em 78% dos casos registrados pela SSP/DF, os feminicídios ocorrerem nas casas das próprias vítimas. Somente nos sete primeiros meses deste ano, 10.810 mulheres foram vítimas de violência doméstica no DF, 760 a mais do que no mesmo período em 2016.

A Justiça entende como feminicídio o assassinato "contra a mulher por razões da condição de sexo feminino", explica a Lei n; 13.104/2015. O texto indica, ainda, que "considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher".

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