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Suspeito de participar de assassinato em escola de Alexânia é solto

Justiça aceitou argumento da defesa de que o acusado não deu fuga a Misael Pereira, assassino confesso de Raphaella Noviski, que entrou no colégio em Alexânia (GO) para matá-la

Na decisão do juiz substituto da comarca de Alexânia (Go), Leonardo Lopes dos Santos Bordini, expedida no último dia 30 de novembro, o magistrado afirma ;que novas provas foram colacionadas aos autos pela defesa, corroborando a versão de que o Sr. Davi não havia dado fuga ao Sr. Misael, mas sim o conduzido ao encontro dos Policiais Militares que efetuaram a prisão;.
No despacho, o juiz afirma que, diante da polícia, em um cruzamento da cidade, Davi teria quatro opções de fuga, mas optou por ir em direção aos militares. ;(...) vale dizer, das quatro alternativas disponíveis, escolheu exatamente aquela que o colocou frente a frente com as forças de segurança, a demonstrar, em cognição sumária, que não visava a empreender fuga;.
Davi de Souza deixou a cadeia municipal de Alexânia na noite de ontem. O Correio tentou contato com a defesa do acusado para que comentasse a decisão da Justiça, mas não conseguiu falar com o advogado do suspeito.

Segundo a mãe de Raphaella, Rosângela Cristina Silva, 37, a família está inconformada com a soltura de Davi um mês após o assassinato.;Estamos indignados. Hoje faz um mês e o comparsa recebe a liberdade?;, indagou. Ainda bastante abalada, Rosângela lamentou a decisão da Justiça.

Morte completa um mês


A estudante Raphaella Noviski Romano, 16, foi brutalmente assassinada com 11 tiros por Misael Pereira Olair, 19, dentro da Escola Estadual 13 de Maio, em Alexânia, na manhã de 6 de novembro. Por volta das 9h, Misael pulou o muro da escola da jovem e a surpreendeu na sala de aula do 9; ano do ensino fundamental. Antes disso, entrou em pelo menos outras duas salas até encontrá-la. Além da arma calibre 32, o acusado usava uma máscara e portava uma faca e veneno, que seria usado para cometer suicídio.

À Polícia Militar de Goiás (PMGO) Misael, em um primeiro momento, informou que matou Raphaella por ódio. No entanto, no decorrer das investigações, o suspeito revelou que a motivação do crime era a rejeição que teria sofrido.
Em depoimento, ele afirmou que tentou seguidamente manter um relacionamento amoroso com a jovem, mas, após seguidas negativas da estudante, passou a planejar o crime por um ano e meio, até o dia em que invadiu a escola e efetuou 11 disparos em direção a Raphaella.
Desde então, o assassino confesso da jovem aguarda o julgamento pelo crime de feminicídio no presídio de Aparecida de Goiás. Além de Misael e Davi, José Alberto Moreira e Wilkennedy Gomes dos Santos, que repassaram a arma do crime para Misael, foram indiciados por participação no crime.