Cidades

Número de latrocínios no Plano volta a subir, após dois anos em queda

Até agora, 2017 teve ao menos três casos de latrocínio no Plano Piloto. Entre eles, o da servidora do MinC assassinada na Asa Norte e o do pesquisador da UnB morto no Eixo Monumental

Fernando Jordão
postado em 08/12/2017 17:45
Sangue no Eixo Monumental, na altura de onde pesquisador da UnB foi esfaqueado
O assassinato do pesquisador da UnB Arlon Fernando da Silva, no Eixo Monumental, na noite de quinta-feira (7/12), reabriu uma ferida ainda não cicatrizada no peito dos moradores do Plano Piloto. Ao menos desde agosto, quando uma servidora do Ministério da Cultura também foi vítima de latrocínio, na 408 Norte, os habitantes da região ; outrora considerada tranquila por conta da baixa criminalidade ; convivem com a sensação de insegurança.


[SAIBAMAIS]A má notícia é que não é apenas uma sensação. O Plano Piloto está, de fato, mais inseguro. Pelo menos no que diz respeito à incidência de latrocínios ; o roubo seguido de morte. Dados da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) mostram que, após dois anos em queda, os índices desse crime voltaram a subir neste ano.

Depois de um 2014 violento, com cinco latrocínios, o Plano parecia ter, praticamente, se livrado deste tipo de crime. Em 2015, apenas uma ocorrência desse crime foi registrada. No ano seguinte, nenhuma. Entre janeiro e agosto ; dado mais recente divulgado pela SSP ;, contudo, foram registrados dois casos. Até o fim do ano, ao menos mais um caso, o de Arlon, engrossa essa estatística.
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O primeiro latrocínio no Plano Piloto em 2017 foi registrado logo no começo do ano, em fevereiro. Iago Guedes Gomes, 24 anos, teve a vida ceifada após reagir a um assalto em uma parada de ônibus na 112 Sul. Ele e outras duas pessoas esperavam uma condução, quando um casal se aproximou e anunciou o roubo. Iago, que trabalhava em uma loja de conveniência na 313 Sul até as 23h e havia acabado de concluir o expediente, partiu para cima do criminoso e tomou uma facada no abdome. O jovem chegou a ser levado ao Hospital de Base, mas não resistiu aos ferimentos.

O outro caso aconteceu em agosto. A servidora do Ministério da Cultura Maria Vanessa Veiga Esteves, 55 anos, estacionava seu carro na quadra onde morava, a 408 Norte. De repente, foi surpreendida por dois homens armados com uma faca. Ela não demonstrou nenhuma reação. Testemunhas relataram que a mulher chegou a dizer "leva tudo, mas não precisa disso". Súplica que não foi atendida. A mulher foi esfaqueada pelas costas. Agonizando, chegou a dar alguns passos antes de cair morta ali mesmo, no local.

Em todo o DF, ocorrências diminuem


Apesar do aumento no Plano Piloto, o número de latrocínios em todo o DF vem caindo. Em novembro deste ano, foram dois casos, ante três em novembro de 2016. No acumulado do ano (janeiro a novembro), foram 34 em 2017 e 41 no mesmo período do ano passado, uma redução de cerca de 17%.

O ranking das regiões com mais latrocínios em 2017 é liderado por Ceilândia, com cinco casos entre janeiro e agosto. Em segundo lugar, aparecem Brazlândia e Samambaia, com três ocorrências. Os dois casos (até agosto) deixam Brasília na quarta colocação, empatada com o Itapoã. Duas realidades tão distintas unidas pela falta de segurança.

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