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Em uma semana, Polícia Civil desmonta três quadrilhas no DF

De tráfico e grilagem de terras a assassinatos e roubos, os grupos agiam na cidade e regiões do Entorno. O número de criminosos nas operações, segundo os investigadores, chega a 18

, realizada na madrugada de ontem, a Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) prendeu nove pessoas em Sobradinho. Os suspeitos são investigados por cinco crimes, sendo um homicídio, três roubos de veículos e uma tentativa de assassinato. Se somadas, as penas podem chegar a 30 anos de prisão. A ação é um desdobramento da operação Circuitus, realizada em 18 de outubro, que culminou na prisão de Fernando Henrique de Oliveira Ribeiro, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Além de roubar automóveis, a associação criminosa alvo da Circuitus atuava na revenda de produtos roubados, adulteração de sinais identificadores e falsificação de documentos. Os integrantes agiam em Luziânia, Valparaíso de Goiás, Sobradinho, Santa Maria, no Lago Norte e na Asa Norte.

Terra pública

Também em dois dias de operação, entre quarta-feira e ontem, a Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) ; que tem como foco o combate aos crimes de parcelamento irregular do solo para fins urbanos, dano ambiental, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As medidas resultaram na prisão do líder do grupo, Carlos Eduardo de Andrade Muniz, além dos demais envolvidos, Evaldo Luiz Lima de Souza, Edenjones Albuquerque e Marcos Fernando Siqueira.

No entanto, a operação continua. Isso porque outros dois mandados da mesma espécie ainda precisam ser cumpridos, já que os alvos, Carlos Eduardo de Andrade Muniz Filho e Lucas de Souza Muniz ; filhos do líder do esquema ; estão foragidos.
A operação Déjà-vu foi deflagrada em 12 de janeiro deste ano, dando cumprimento a 11 mandados de busca e apreensão nas regiões administrativas de Águas Claras, Gama, Vicente Pires, Samambaia, Taguatinga e Guará, além de cinco mandados de prisão temporária de envolvidos no parcelamento da Chácara 12 da Colônia Agrícola Águas Claras, localizada no Guará.
Entre os detidos estava o líder do grupo, Carlos Eduardo Muniz. Ele é terceiro-sargento da reserva do Corpo de Bombeiros Militar do DF e já foi preso temporariamente três vezes em investigações da Polícia Civil.

De acordo com as apurações, as terras foram divididas em lotes comerciais e residenciais, vendidos por R$ 250 mil cada um. Com o esquema, a organização conseguiu arrecadar aproximadamente R$ 5,25 milhões.

Tráfico de drogas

Na quarta-feira, a Polícia Civil prendeu cinco pessoas, suspeitas de comprar e vender cocaína, durante uma ação de combate ao tráfico de drogas em Vicente Pires. Com eles, foram encontrados 3,5kg da droga do tipo escama de peixe, com 99% de pureza. O grupo tentava vender a substância por R$ 30 mil. Também houve a apreensão de cinco veículos ; sendo dois de luxo, R$ 25 mil em dinheiro e uma arma de fogo.

A operação foi batizada como Negócio de Família, pois três dos acusados são irmãos. A cocaína era fornecida a compradores de classe média-alta da capital, principalmente de regiões como Plano Piloto e Águas Claras. As entregas ocorriam por meio de viagens realizadas em um aplicativo de transporte individual, com o qual um dos traficantes trabalhava. ;Isso proporcionava a condição de conversar com pessoas, oferecer, distribuir e desfilar pela cidade de forma discreta e eficiente, entregando e fazendo as cobranças;, explicou o delegado Luiz Henrique Sampaio, da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord).

As investigações, que duraram seis meses, apontaram que 1kg do entorpecente era comprado por R$ 25 mil em regiões de fronteira com outros países. O grupo revendia a droga e conseguia obter até 260% do valor gasto na aquisição. A cocaína era guardada em dois locais: uma quitinete alugada e uma suíte de um hotel de luxo em Águas Claras.

*Colaborou Jéssica Eufrásio - Especial para o Correio