Cidades

Em uma semana, Polícia Civil desmonta três quadrilhas no DF

De tráfico e grilagem de terras a assassinatos e roubos, os grupos agiam na cidade e regiões do Entorno. O número de criminosos nas operações, segundo os investigadores, chega a 18

Bruna Lima - Especial para o Correio, Deborah Novais - Especial para o Correio
postado em 23/03/2018 06:00
Criminosos presos durante a Operação Sociis: bandidos investigados por homicídio e roubo de veículos
Pelo menos 18 pessoas foram presas nesta semana no âmbito de três operações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Em uma delas, os agentes desarticularam uma quadrilha suspeita de comercializar cocaína no Distrito Federal. Na outra, batizada de Sociis, os policiais prenderam um grupo suspeito de praticar crimes como roubo de veículos, homicídio e tentativa de assassinato. Já o desdobramento da Operação Déjà-vu desmantelou um esquema de divisão de terras irregular.

Na , realizada na madrugada de ontem, a Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) prendeu nove pessoas em Sobradinho. Os suspeitos são investigados por cinco crimes, sendo um homicídio, três roubos de veículos e uma tentativa de assassinato. Se somadas, as penas podem chegar a 30 anos de prisão. A ação é um desdobramento da operação Circuitus, realizada em 18 de outubro, que culminou na prisão de Fernando Henrique de Oliveira Ribeiro, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Além de roubar automóveis, a associação criminosa alvo da Circuitus atuava na revenda de produtos roubados, adulteração de sinais identificadores e falsificação de documentos. Os integrantes agiam em Luziânia, Valparaíso de Goiás, Sobradinho, Santa Maria, no Lago Norte e na Asa Norte.

Terra pública

Também em dois dias de operação, entre quarta-feira e ontem, a Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) ; que tem como foco o combate aos crimes de parcelamento irregular do solo para fins urbanos, dano ambiental, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As medidas resultaram na prisão do líder do grupo, Carlos Eduardo de Andrade Muniz, além dos demais envolvidos, Evaldo Luiz Lima de Souza, Edenjones Albuquerque e Marcos Fernando Siqueira.

No entanto, a operação continua. Isso porque outros dois mandados da mesma espécie ainda precisam ser cumpridos, já que os alvos, Carlos Eduardo de Andrade Muniz Filho e Lucas de Souza Muniz ; filhos do líder do esquema ; estão foragidos.
A operação Déjà-vu foi deflagrada em 12 de janeiro deste ano, dando cumprimento a 11 mandados de busca e apreensão nas regiões administrativas de Águas Claras, Gama, Vicente Pires, Samambaia, Taguatinga e Guará, além de cinco mandados de prisão temporária de envolvidos no parcelamento da Chácara 12 da Colônia Agrícola Águas Claras, localizada no Guará.
Entre os detidos estava o líder do grupo, Carlos Eduardo Muniz. Ele é terceiro-sargento da reserva do Corpo de Bombeiros Militar do DF e já foi preso temporariamente três vezes em investigações da Polícia Civil.

De acordo com as apurações, as terras foram divididas em lotes comerciais e residenciais, vendidos por R$ 250 mil cada um. Com o esquema, a organização conseguiu arrecadar aproximadamente R$ 5,25 milhões.
Agentes desmontaram grupo que agia em Vicente Pires

Tráfico de drogas

Na quarta-feira, a Polícia Civil prendeu cinco pessoas, suspeitas de comprar e vender cocaína, durante uma ação de combate ao tráfico de drogas em Vicente Pires. Com eles, foram encontrados 3,5kg da droga do tipo escama de peixe, com 99% de pureza. O grupo tentava vender a substância por R$ 30 mil. Também houve a apreensão de cinco veículos ; sendo dois de luxo, R$ 25 mil em dinheiro e uma arma de fogo.

A operação foi batizada como Negócio de Família, pois três dos acusados são irmãos. A cocaína era fornecida a compradores de classe média-alta da capital, principalmente de regiões como Plano Piloto e Águas Claras. As entregas ocorriam por meio de viagens realizadas em um aplicativo de transporte individual, com o qual um dos traficantes trabalhava. ;Isso proporcionava a condição de conversar com pessoas, oferecer, distribuir e desfilar pela cidade de forma discreta e eficiente, entregando e fazendo as cobranças;, explicou o delegado Luiz Henrique Sampaio, da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord).

As investigações, que duraram seis meses, apontaram que 1kg do entorpecente era comprado por R$ 25 mil em regiões de fronteira com outros países. O grupo revendia a droga e conseguia obter até 260% do valor gasto na aquisição. A cocaína era guardada em dois locais: uma quitinete alugada e uma suíte de um hotel de luxo em Águas Claras.

*Colaborou Jéssica Eufrásio - Especial para o Correio

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