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Corpo do sargento morto em assalto a ônibus será enterrado em Goiás

O sargento Hernandes José Rosa estava na Polícia Militar há 20 anos. Ele foi morto a tiros por criminosos durante uma tentativa de assalto a um ônibus em Luziânia, no Entorno do DF. PMDF destacou "amizade, profissionalismo, ética e humanidade"

Jacqueline Saraiva
postado em 15/05/2018 20:26
Banco de ônibus atingido por tiros durante assalto, em Luziânia
O corpo do terceiro sargento da Polícia Militar do Distrito Federal, Hernandes José Rosa, 42 anos, será velado e enterrado nesta quarta-feira (16/5), no Cemitério de Catalão (Goiás). Segundo informações da corporação, a previsão é de que o velório ocorra ao longo da manhã e início da tarde, e o sepultamento, às 15h. O policial, morto em uma tentativa de assalto a um ônibus em Luziânia, estava na corporação há 20 anos. Ao lamentar o falecimento, a PMDF destacou que ele ;transbordava amizade, profissionalismo, ética e humanidade.;

Hernandes José Rosa morava com a família em Catalão, a cerca de 308km de Brasília. No DF, ele trabalhava no 25; Batalhão, no Núcleo Bandeirante. O sargento era um dos 22 passageiros do ônibus da empresa Real Expresso, e viajava a trabalho, por isso estava fardado. Ele foi baleado no peito por uma arma calibre .12. Na tentativa de assalto, outras duas pessoas foram baleadas. Os criminosos foram mortos no local.

Segundo a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o ônibus da Real Expresso seguia de São Paulo para Brasília pela BR-040. Por volta das 4h, na altura do km 61, próximo a Luziânia, cidade do Entorno do DF, dois criminosos atiraram no pára-brisas do veículo, forçando o motorista a parar. Armados com uma espingarda calibre .12 e uma pistola .40, a dupla entrou e anunciou o assalto.

De acordo com a PRF, os assaltantes identificaram que Hernandes era policial e um deles teria dado ordem para que ele fosse morto. O sargento chegou a reagir e houve uma troca de tiros entre os criminosos, o policial militar e um agente penitenciário, que não conhecia o sargento, mas que também era passageiro do ônibus.

Os dois suspeitos morreram na hora. Os corpos caíram na escada. Imagens feitas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), após a perícia, mostraram as marcas dos momentos de pânico vividos pelos passageiros e motorista do ônibus. Manchas de sangue ficaram espalhadas pelo piso do veículo. É possível ver ainda dezenas de marcas de tiros nos bancos. Veja o vídeo:

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Sargento morto e duas pessoas feridas

O sargento Hernandes José Rosa chegou a ser socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Luziânia, mas não resistiu aos ferimentos. Outra passageira, identificada como Sarah Cristina Bueno, de 21 anos, foi baleada nas costas e está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base. O estado de saúde dela é gravíssimo.

Segundo boletim médico da Secretaria de Saúde, Sarah Cristina respira com a ajuda de aparelhos, foi submetida a uma drenagem torácica e é acompanhada pela neurocirurgia do hospital. Há riscos de que ela tenha sofrido uma lesão na coluna. Um homem também foi baleado na mão, mas não corre risco de morte.

Os dois assaltantes, identificados como Agnaldo Pereira da Rocha e Ronaldo Pereira da Rocha, haviam fugido da Cadeia Municipal de Cristalina em 20 de março, segundo a PRF, e eram considerados foragidos.

Em nota, a Real Expresso afirmou que presta assistência aos passageiros que necessitarem de atendimento e que oficializou um pedido junto às autoridades estaduais e federais para melhoria da segurança das empresas operadoras de transporte que atuam no referido trecho.


Homenagens da corporação

Ainda nesta noite, policiais militares e bombeiros farão uma carreata que deve partir da frente do 25; Batalhão da Polícia Militar, no Park Way, até o posto da PRF, depois do Catetinho. O ato é em homenagem ao militar morto e a previsão é de quem um grupo siga para a cidade de Catalão, onde irá acompanhar o sepultamento do colega.

Leia a íntegra da nota da PMDF:

"Com pesar, a PMDF comunica o falecimento do 3; sargento Hernandes José Rosa. O policial, que transbordava amizade, profissionalismo, ética e humanidade, partiu e deixará imensa saudade àqueles que ficaram.

As pessoas são insubstituíveis em sua existência e, quando especiais, além da falta que fazem àqueles que as amam, deixam o mundo mais pobre. Sem o nosso amigo, o mundo perde um pouco do seu brilho, alegria e cor.

Pedimos a Deus que conforte o coração dos familiares e amigos neste momento de dor, que dê ao nosso amigo o merecido repouso eterno. Muito respeitosamente, prestamos as nossas condolências e deixamos os nossos mais sinceros pêsames.

Polícia Militar do Distrito Federal"

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