Cidades

Jovem internado na UTI do Base após ser espancado segue inconsciente

Em estado grave, Jelder Eric de Sousa Lourenço, 25 anos, respira com ajuda de aparelhos. Amigos organizam vaquinha on-line para auxiliar tratamento

Augusto Fernandes
postado em 08/08/2018 06:00
Jelder Eric, 25 anos, respira com ajuda de aparelhos após ser espancado
Vítima de espancamento na segunda-feira, o paulista Jelder Eric de Sousa Lourenço, 25 anos, continua internado em estado grave no Hospital de Base do DF. Ontem, foi transferido para a unidade de terapia intensiva (UTI) do centro médico. O jovem sofreu traumatismo cranioencefálico devido às agressões no rosto e na cabeça, depois de ser atacado próximo ao Clube da Associação dos Servidores do Senado Federal (Assefe), no Setor de Clubes Esportivos Sul. O último boletim médico emitido pelo hospital apontava que Jelder estava ;sob sedoanalgesia, hemodinamicamente instável e dependente de ventilação mecânica;. Ele conseguiu um leito na ala de cuidados intensivos com suporte neurocirúrgico. Em nota, a Secretaria de Saúde respondeu que presta toda a assistência necessária para a boa evolução do quadro clínico do paciente.

[SAIBAMAIS]Os pais do jovem chegaram ontem a Brasília. Vieram de Macaubal, município a 511km da capital paulista. Procurados pela reportagem, não quiseram se pronunciar sobre o caso. De acordo com amigos de Jelder, os dois pediram para ;preservar a privacidade do filho, que passa por um momento muito delicado;. Para auxiliar a estadia do casal na cidade e cobrir despesas durante o tratamento médico, amigos da vítima lançaram uma vaquinha virtual. No início da campanha, o objetivo era atingir pelo menos R$ 10 mil. Até o fechamento desta edição, o montante arrecadado ultrapassava R$ 13 mil. A vaquinha ficará disponível até sexta-feira.

;Alguns tratamentos não devem ser cobertos pelo SUS (ele não tem plano de saúde) e, ainda, queremos garantir verba para compra de medicamentos que deverão ser indicados pelos médicos. Qualquer valor que não seja utilizado nos próximos dias, semanas ou meses será revertido em doação a uma instituição de caridade, como a Pastoral da Sopa, que atende em frente ao Hospital de Base servindo alimentos às pessoas em situação de rua. A família e os amigos agradecem todo e qualquer apoio, seja em dinheiro, seja em pensamento positivo, seja oração;, explicou o organizador da vaquinha (veja Ajude). Para conseguir uma vaga na UTI, os pais e amigos do jovem recorreram à Justiça por meio da Defensoria Pública do DF.

Desaparecido


Na noite de sábado, Jelder perdeu o contato com família e amigos. Ficou desaparecido até ser encontrado por funcionários da Assefe. Uma das últimas pessoas a ter se encontrado com o jovem, o publicitário Thiago Mendes, 33, disse que Jelder não estava bem. ;Estávamos conversando por telefone, e ele enviou algumas mensagens sem sentido. Fui até a casa dele três vezes e, só na última, ele me atendeu. Fiz com que ele comesse e bebesse algo e, depois de algum tempo, ele disse que dormiria;, relatou.

De acordo com Thiago, há alguns meses, Jelder tomava remédios controlados para depressão. ;Na noite em que ele desapareceu, eu perguntei onde estavam os remédios, e ele trouxe cigarros. No entanto, ele me disse que tinha acabado de tomar os medicamentos e que eu não precisava me preocupar. Quando eu voltei para casa, enviei outra mensagem pedindo para ele descansar e não sair;, comentou o publicitário. Jelder, entretanto, não seguiu o conselho do amigo e deixou o apartamento dele, na 712 Norte, sem celular e documentos pessoais. ;Ele é um rapaz tranquilo e do bem. Conversar com ele é sempre bom e torço para ele sair logo dessa situação para que eu possa voltar a bater um papo com ele;, afirmou Thiago.

A investigação está com a 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul). O delegado-chefe da unidade, Ataliba Neto, explicou que aguarda o depoimento dos funcionários do clube e das últimas pessoas que tiveram contato com o jovem.

Ajude
Para contribuir com a família e amigos de Jelder, acesse:
https://www.vakinha.com.br/vaquinha/jelder-eric.

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