Cidades

Amigos suspeitam que jovem espancado tenha sido sequestrado

Colegas suspeitam que jovem encontrado ferido e desmaiado possa ter sido levado à força de casa, pois chaves, óculos e documentos ficaram no imóvel

Augusto Fernandes
postado em 09/08/2018 06:00

Jelder está internado em uma UTI, respirando por meio de aparelhos
O mistério envolvendo o intervalo de tempo entre o desaparecimento de Jelder Eric de Sousa Lourenço, 25 anos, no último sábado, e a descoberta do seu paradeiro, sob a ponte Honestino Guimarães, ao lado do Clube da Associação dos Servidores do Senado Federal (Assefe), no Setor de Clubes Esportivos Sul, há três dias, faz amigos e familiares da vítima suspeitarem de que ele tenha sido levado do seu apartamento, no Bloco H da 712 Norte. O rapaz está internado no Hospital de Base do Distrito Federal. A Polícia Civil procura pistas para entender a razão de ele ter sido espancado a aproximadamente 10 quilômetros de casa. Nenhum suspeito havia sido preso ou identificado, até a noite de ontem.

Amigo de Jelder, o jornalista Leonardo Dalla, 34 anos, diz que a hipótese de sequestro surgiu devido à chave do imóvel e um óculos de grau terem sido deixados no apartamento e ao fato de a porta da residência da vítima ter ficado aberta. ;O Jelder nunca sai de casa sem as chaves. Mesmo que seja para ir ao apartamento vizinho. Ele só conseguiria entrar no imóvel se estivesse com a chave. Além disso, ele precisa dos óculos, pois não enxerga muito bem;, explicou.

Além das chaves e dos óculos, Jelder sumiu deixando telefone celular e documentos pessoais, em casa. Leonardo comentou ainda que o amigo não havia marcado nenhum compromisso para a noite de sábado. A última pessoa com quem ele conversou foi a mãe, por meio de um aplicativo de mensagens. ;Nós olhamos no celular dele e não havia nenhuma conversa ou ligação para alguém desconhecido;, comentou Leonardo.

Leonardo acredita que o amigo possa ter sido capturado quando descia para a portaria do prédio. Não há sinais de invasão no apartamento de Jelder. ;Do jeito que as coisas estão (dentro do imóvel) é como se ele tivesse saído para ir à portaria e voltaria rapidamente. Nada foi tirado do lugar. O motivo do seu desaparecimento é estranho para todos nós;, comentou Leonardo.

Medo

Câmeras de segurança da Assefe e das proximidades da ponte podem ajudar a Polícia Civil a identificar os agressores. Amigos do jovem acreditam que ao menos duas pessoas participaram do ataque. ;Em condições lúcidas, o Jelder encara qualquer um de igual para igual. Portanto, achamos que os golpes não vieram de apenas uma pessoa;, observou Leonardo. De acordo com o amigo, Jelder tem aproximadamente 1,76m e pesa cerca de 78kg.

A não identificação dos envolvidos gerou preocupação nos amigos e familiares do jovem. ;Enquanto essas pessoas continuarem no anonimato, será um cenário de terror para todos. Os pais do Jelder não se pronunciam por medo de represálias;, lamentou.

Agredido diversas vezes no rosto e na cabeça, Jelder teve traumatismo cranioencefálico e um trauma na face. Ele deu entrada à unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital de Base na terça-feira. O seu quadro era grave, mas estável, até a noite de ontem. Ainda desacordado e sedado, o jovem respira por meio de ventilação mecânica. Os médicos aguardavam que o inchaço no seu rosto e cabeça diminuíssem, para fazer novas radiografias a fim de detectar a seriedade das lesões.

Circula na internet uma vaquinha destinada a arrecadar fundos para auxiliar no tratamento e na recuperação de Jelder. Lançada terça-feira, a iniciativa conseguiu juntar mais de R$ 28 mil, até ontem. Aproximadamente 350 pessoas fizeram doações, incluindo moradores da cidade natal do jovem, Macaubal (SP). Na página de arrecadação, muitos deixaram mensagens de apoio à vítima.

;Ele (Jelder) é uma pessoa ótima. Meu coração se enche de tristeza em saber do acontecido. Estou na torcida pela rápida recuperação das feridas do corpo e da alma de Jelder, e para que o ódio não tenha tanto poder sobre as pessoas ao ponto de desumanizá-las e permitir que causem esse tipo de sofrimento aos outros;, comentou um anônimo. ;
Parte do dinheiro deve servir também para auxiliar na estadia dos pais do sociólogo, que vieram de São Paulo para acompanhar o filho.


Ajude
Quem quiser contribuir com a família e amigos de Jelder tem até amanhã. Para doar, acesse: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/jelder-eric

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