Cidades

Morre pastora esfaqueada pelo filho em Vicente Pires

Pai e mãe foram esfaqueados na segunda-feira (13). Ele faleceu horas depois, mas ela teve alta do hospital no mesmo dia. O filho, acusado do crime, está na ala de tratamento psiquiátrico da Papuda

Mariana Machado
postado em 17/08/2018 11:32
Pai e mãe foram agredidos a facadas pelo filho. Mãe já tinha recebido alta do Hospital, mas faleceu na madrugada de hoje
Quatro dias após ter sido esfaqueada pelo próprio filho, a pastora Josenita Lima Braga, 50 anos, morreu na madrugada desta sexta-feira (17/8), no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). A família confirmou o óbito da mulher, porém não informou as causas da morte. Apesar dos ferimentos à faca, ela havia recebido alta médica e voltado para casa no mesmo dia do crime.
A filha da vítima, que pediu para ter o nome preservado, relatou que a mãe foi levada ao hospital de Taguatinga pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e morreu na unidade de saúde. Perguntada se o motivo da morte seriam os ferimentos à faca, ela respondeu apenas: "com certeza os ferimentos da alma causaram isso".
Nas redes sociais, parentes lamentam a morte. Uma sobrinha publicou uma foto da tia. "Grande guerreira, mãe e acima de tudo, grande mulher de Deus. Mais uma flor que Deus preparou e levou deixando somente a enorme falta que vai fazer em nossas vidas", diz o texto.

Relembre o crime

Josenita e o marido, José Pereira Braga, 57 anos, foram esfaqueados pelo próprio filho, Gabriel Lima Braga, 23, na madrugada de segunda-feira (13/8), dentro de casa, em Vicente Pires. José morreu horas após o ataque. Testemunhas relataram que o casal tinha problemas com o filho, que chegou a ser expulso de casa, segundo amigos do jovem, mas, por falta de recursos financeiros, voltou a morar com os pais.

Segundo depoimento da própria Josenita à Polícia Civil, uma vez Gabriel chegou a agredir o pai e ofendê-la. Desde então, o casal só dormia com a porta do quarto trancada. A filha do casal negou, no entanto que ele tivesse sido expulso. "Ele quis sair de casa e meus pais inclusive pagaram o aluguel dele, mas ele disse que queria voltar porque se sentia sozinho", disse.
Na noite do crime, José e Josenita foram à igreja onde eram pastores e, quando retornaram, notaram que a chave do quarto havia sumido. Gabriel disse não saber a respeito, e Josenita disse ao esposo que só dormiria se ele ficasse acordado. De madrugada, ela acordou com os gritos de José e quando chegou à sala de estar, encontrou o marido ensanguentado e o filho com uma faca na mão.
O rapaz então atacou a mãe, mas se distraiu com um barulho, dando tempo para que o casal se escondesse em um quarto e bloqueasse a porta com uma cama. Josenita conseguiu acionar a Polícia Militar que chegou ao local e prendeu Gabriel.
Na terça-feira (14/8), o juiz Aragonê Nunes determinou que ele ficasse preso na Ala de Tratamento Psiquiátrico da Papuda (ATP), separado dos demais presos por apresentar sintomas de problemas psiquiátricos.
Amigos de Gabriel que conheceram o jovem na Universidade de Brasília (UnB), onde ele cursou História, disseram que ele tinha sinais de depressão e transtorno de personalidade, mas que não teria recebido a ajuda ou tratamento.
Segundo eles, a família não aceitava a sexualidade do jovem, que havia se assumido gay para os pais. A irmã também negou esta declaração e disse que há outros homossexuais na família e nunca houve conflitos por esse motivo. "O maior problema é que ele era intolerante com a nossa religião evangélica".

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