Jornal Correio Braziliense

Cidades

Fraga critica Justiça sobre caso de corrupção: 'Me arrumaram a condenação'

No debate promovido nesta quarta pelo Correio, o candidato ao GDF pelo DEM afirmou que investirá em saúde pública e não privatizará hospitais


Candidato pelo DEM ao Palácio do Buriti, o nordestino Alberto Fraga ocupa o quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto ao governo do Distrito Federal. Aos 62 anos, o deputado federal está em seu quarto mandato na Câmara dos Deputados, onde aprovou 15 projetos de lei, já foi secretário de Transportes do DF no governo de José Roberto Arruda (PR).

Na semana passada, Fraga foi condenado pela Justiça a quatro anos, dois meses e 20 dias de prisão em regime semiaberto, além de 14 dias-multa, por receber propina. O caso ocorreu ainda quando o democrata era chefe da pasta, em 2008. Segundo as investigações, o parlamentar exigiu e recebeu R$ 350 mil em propina para assinar contratos de adesão entre o GDF e a Cooperativa de Transporte Público do DF (Coopetran). A apuração do caso começou em 2011, no âmbito da Operação Regin.
Durante o debate promovido pelo Correio, a quatro dias das eleições, Fraga tentou minimizar a condenação, afirmou que já entrou com recurso e criticou a celeridade com que o processo foi julgado pelo juiz Fábio Francisco Esteves, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). No último 29 de setemebro, o candidato criticou a atitude do magistrado e ressaltou, durante discurso, que ele era um "ativista LGBTi". Esteves disse que levará o caso à Justiça e pedirá a reparação por danos morais e apuração de eventual conduta criminosa.
No embate desta quarta, o coronel reformado da Polícia Militar do DF disse ainda que, se eleito, vai investir na saúde e na infraestrutura do Entorno, garantiu que não privatizará hospitais e construirá ao menos três unidades públicas. Apoiador do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), Fraga afirmou que não acredita em salários desiguais para mulheres e disse que a Lei da Ficha Limpa é uma "questão muito relativa".

Condenação por corrupção


;É evidente que não, eu só falei que era um ativista LGBTi e não disse mais nada. Não é crime e não há preconceito. Eu disse que achava estranho que um processo parado há mais de 10 anos, sem prova, fosse resolvido de repente. As alegações finais chegaram em uma sexta-feira, às 14h, e na segunda-feira eu tomei conhecimento, em um debate, que eu tinha sido condenado.;

Crítica ao Judiciário


;Eu gostaria que a Justiça tivesse essa agilidade sempre, mas sabemos que vários processos não têm essa mesma celeridade. Com relação a outros processos, eu sempre fui oposição no DF aos governos de esquerda, e quando eu confrontei esses interesses houve essa ira de tentar me achar com alguma coisa. Não existe nenhuma prova que diga que peguei dinheiro de A ou B. Eu não posso ser responsabilizado por um mau funcionário. Eu respeito o Judiciário e me dou muito bem com ele. Só achei muito rápido. E depois dessa condenação houve uma parada no crescimento nas pesquisas, mas agora voltamos a crescer com a confiança do povo de Brasília.;

Apoio às cidades do Entorno

;Vamos cuidar da região do Entorno. Ele finalmente vai ter pai e não padrasto. Se eu for eleito, vamos fortalecer hospitais do Entorno e unidades de saúde de assistência básica.;

Gênero e salário

;Eu nunca defendi que a mulher deve ganhar menos, embora eu vote no Bolsonaro;.

Saúde pública

;A saúde é um bem de todos e não podemos privatizá-la. O Instituto Hospital de Base você tá assassinando a saúde pública do DF. No meu governo, vamos interromper aquele contrato, porque na saúde não se pode visar lucro. Tem que ter atendimento e salvar vidas.;

Aliados envolvidos em corrupção

"Eu me orgulho de ter participado do governo do Arruda. Foi um governo de obras e realizações, que deu muito para o DF. Ele vai responder na Justiça os problemas de ordem pessoal dele. Cada um carrega sua cruz. Não serei hipócrita dizendo que não vou ouvi-lo. Ele é um grande político, é uma pessoa que soube fazer obra no DF e não me envergonho disso. Mas meu nome nunca esteve envolvido. Me arrumaram a condenação depois.;

Lei da Ficha Limpa

;Não se pode colocar determinadas pessoas para exercer funções essenciais ao governo. Acho relativa a questão da Lei da Ficha Limpa.;

Transporte público

;Eu congelei as passagens de transportes públicos a R$ 3. Eu fiz um acordo coletivo com rodoviários que durou dois anos. Quando eu era secretário, todo ano houve aumento de salário dos rodoviários e não teve greve. Quando eu implementei o Passe Estudantil, percebi que é possível, mas a coisa corre frouxa. Com os subsídios do governo, se eu for eleito, vamos construir três hospitais para a população do DF.;

Incentivo ao microempresário

;No meu governo, vamos dar R$ 20 mil em empréstimo para o jovem poder iniciar a vida com a microempresa e seguir com a vida de empresário.;