Cidades

Rollemberg admite falhas na saúde e tem embate com Eliana Pedrosa

O governador afirmou que assumiu o Buriti com um rombo de R$ 600 milhões só em dívidas vencidas com fornecedores da saúde e questionou a candidata do Pros sobre eventual 'conflito de interesses'

Roberto Fonseca
postado em 03/10/2018 21:32
O governador afirmou que assumiu o Buriti com um rombo de R$ 600 milhões só em dívidas vencidas com fornecedores da saúde e questionou a candidata do Pros sobre eventual 'conflito de interesses'
Candidato à reeleição, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) admitiu, no debate realizado nesta quarta-feira(3/10) pelo Correio Braziliense, que a saúde é um dos principais problemas da atual gestão, mas culpou o rombo deixado pela gestão de Agnelo Queiroz (PT) nas contas públicas. "Só na saúde, tínhamos mais de R$ 600 milhões em dívidas, quando começamos a governar. Muitas vezes, um laboratório se recusava a entregar um medicamento se não recebesse a dívida do governo anterior", afirmou.

Apesar de enfrentar críticas dos adversários, Rollemberg teve apenas um embate de maior tensão. Foi no quarto bloco quando questionou Eliana Pedrosa, do Pros, se não haveria um conflito de interesses entre a candidata e a empresária, que recebeu, segundo Rollemberg, mais de R$ 500 milhões do GDF nos últimos por serviços prestados por firmas ligadas a ela.

O governador relembrou ainda que Eliana está com os bens bloqueados por decisão da 13; Vara de Fazenda Pública do Rio de Janeiro por suspeita de participação em formação de cartel em contrato de prestação de serviços no Detran-RJ, durante a gestão de Sérgio Cabral. "A senhora acha que o juiz ia bloquear os seus bens se não tivesse nenhum indício de participação?" Por ter sido a terceira vez que era questionada sobre o tema durante o debate, Eliana mostrou-se mais alterada do que nas outras defesas e disse que as acusações tratavam-se de fake news.

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Durante o debate, Rollemberg também respondeu a uma pergunta sobre o desembarque de aliados da campanha de 2014, como os senadores Cristovam Buarque (PPS) e José Antônio Reguffe (sem partido) e o PT, do governo dele. "Isso aconteceu porque tivemos coragem de tomar as medidas para equilibrar as contas. Recebemos o GDF com um rombo de mais deR$ 6 bilhões, fruto da corrupção e da irresponsabilidade", apontou.

Rollemberg aproveitou o discurso dos adversários para utilizar um bordão durante todo o debate: "Eles só estão prometendo as coisas porque arrumamos as contas do GDF". Disse que assumiu o governo com rombo enorme, mas que o "próximo é o governo do desenvolvimento".

Nas considerações finais, pediu uma atenção especial dos que votaram nele em 2014, reconheceu falhas, reiterou que arrumou as contas públicas do Distrito Federal. "Posso dizer com tranquilidade que fizemos um governo sério e responsável. O que está em jogo é o futuro do DF, não queremos a volta ao passado de corrupção", concluiu.

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Confira outros temas abordados por Rollemberg durante o debate:

Desembarque de aliados do governo

"Isso aconteceu porque tivemos coragem de tomar as medidas para equilibrar as contas. Recebemos o GDF com um rombo de mais deR$ 6 bilhões, fruto da corrupção e da irresponsabilidade. Todos os fornecedores hoje estão recebendo em dia. Fico hoje muito feliz em estar com apoio do PV, PDT, Rede e PCdoB, mantendo uma coerência de estarmos juntos no campo progressista. Tem vários candidatos que estão prometendo um conjunto de coisas e que só podem prometer porque arrumamos a casa e arrumamos as contas do Distrito Federal."

Coerência política

"Temos um sistema político fragilizado. Sou uma raridade. Mantenho minha coerência. Estou há 33 anos no mesmo partido (o PSB). Tenho orgulho dos meus aliados. Tenho uma característica na minha trajetória, que é a coerência. Eu me orgulho muito de estar acompanhado da Leila do Vôlei e do Chico Leite, no Senado. O meu voto é sabido, é no candidato Ciro Gomes."

Aumento de impostos

"Peguei uma situação dificil, com um rombo de mais de R$ 6 bilhões nas contas. Medidas difíceis precisaram ser tomadas para manter o salário dos servidores. Tem estado que servidor está se mudando, vivendo em casa de parente, fazendo vaquinha para poder sobreviver. Mas aqui no DF os salários estão rigorosamente em dia. O meu próximo governo será o do desenvolvimento. Vamos aumentar o valor do Simples para R$ 4,8 milhões. Vamos fazer isso ainda este ano. Estamos recuperando a capacidade de investimento no Distrito Federal, importante para a geração de empregos e a retomada da economia."

Saúde

"Reconheço que a saúde é um dos nossos maiores problemas, mas não é só no Distrito Federal. É no país inteiro e vem de outros governos. Só na saúde, tínhamos mais de R$ 600 milhões em dívidas, quando começamos a governar. Muitas vezes um laboratório se recusava a entregar um medicamento se não recebesse a dívida do governo anterior. Hoje, posso dizer que a gente sabe como fazer. Vamos melhorar o atendimento da população. Tinha 28% de cobertura do saúde da família. Hoje, mais de 66%. Vamos levar a 100% a cobertura do Saúde da Família. Qual foi o governo que, em quatro anos com tanta dificuldade econômica, construiu um hospital? Nós fizemos. É o caso do novo hospital da Criança, que já está funcionando."

Crise hídrica

"Hoje, está acabando a seca e a barragem do Descoberto está com 65% da capacidade. Gostaríamos de agradecer ao empenho dos produtores rurais. Foram importantes para que a situação voltasse ao controle. Estamos recuperando o Balneário Veredinha, de Brazlândia. É importante que a cidade cresça de forma ordenada."

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