Cidades

Homens que jogaram jovem de ônibus em movimento, na BR-020, são condenados

Grupo fazia arrastão dentro do coletivo, na altura de Sobradinho, quando jogaram uma das vítimas para fora do ônibus em movimento. Jovem teve traumatismo craniano e morreu

Alan Rios
postado em 12/10/2018 10:51
David de Brito foi roubado, espancado e arremessado de ônibus em movimento, na BR-020 (Sobradinho). O rapaz cursava farmácia, e faleceu após dez dias internado em coma
Oito meses depois de David de Brito ter sido jogado de um ônibus em movimento, durante um assalto, três acusados foram condenados. O juiz titular da Vara Criminal de Sobradinho, José Roberto Moraes julgou parcialmente procedente a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), e condenou os réus por cinco delitos. A pena ultrapassa 25 anos de prisão em regime fechado.
O caso aconteceu em fevereiro de 2018, quando cerca de sete homens entraram em um coletivo que ia para Planaltina. Depois de pularem a catraca e ameaçarem cobrador e o motorista, os acusados roubaram vários passageiros. David e uma prima, de 19 anos, estavam dentro do ônibus, e disse que não tinha celular. Os suspeitos perceberam que ele levava um aparelho de telefone na cintura e começaram a agredí-lo. Em seguida, forçaram a porta e jogaram David do veículo em movimento.
A vítima chegou a passar por cirurgia neurológica e ficou internado 10 dias, mas não resistiu às lesões e morreu em decorrência do traumatismo craniano. Por todas as ações criminosas, o Ministério Público denunciou três réus envolvidos em cinco delitos: roubo, latrocínio, perturbação do trabalho e sossego alheios, constrangimento ilegal, além de corrupção de menores.

Cada um deles pode ficar mais de 25 anos preso em regime fechado, e não podem recorrer à sentença em liberdade. Dos outros quatro que participaram dos crimes, três são adolescentes e uma outra pessoa não foi identificada.

Alívio para a família

A mãe de David, Nilma Mesquita, de 42 anos, se sentiu aliviada com a notícia da condenação. "Apesar de não ter punição que traga meu filho de volta, fiquei muito confiante na justiça, com um sentimento de conforto, porque sei que eles podem pagar um pouco do que fizeram", externou.

Após oito meses do caso, ela ainda tem cicatrizes do que ocorreu com o filho, mas segue vivendo com ajuda de amigos, familiares e apego religioso: "Nós sobrevivemos através da nossa fé. Agora peço a Deus que eles cumpram a pena para que não façam outras mães chorarem como chorei".

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