Cidades

'Arrogância', diz Rollemberg sobre ausência de Ibaneis em debate na rádio

Debate que ocorreria entre os dois candidatos ao Buriti na rádio CBN acabou se transformando em entrevista com o governador, que criticou adversário e chamou de inviável proposta de aumento de 37% para policiais

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 22/10/2018 15:29
candidatos à disputa pelo Buriti, Rodrigo Rollemberg (PSB) e Ibaneis Rocha (MDB)
Após Ibaneis Rocha (MDB) cancelar participação em debate na rádio CBN, Rodrigo Rollemberg (PSB) lançou duras críticas ao adversário no segundo turno da disputa pelo Governo do Distrito Federal. "É um gesto de profunda arrogância, de desrespeito aos brasilienses, fugir do debate. As pessoas que se propõem a ser homens públicos devem estar preparados para se expor", disse o governador e candidato à reeleição, na manhã desta segunda-feira (22/10).
De acordo com o veículo de comunicação, Ibaneis alegou ter uma consulta ao dentista e teria dito que estava cansado da "baixaria" dos debates, já que ele era mais atacado do que debatia propostas. Na última pesquisa encomendada pelo Correio e divulgada em 16 de outubro, Ibaneis liderava a disputa ao Buriti com 75,3%, enquanto o atual governador alcançou marca de 24,7% dos votos válidos. Na próxima quarta-feira (24/10), está marcado um debate entre os dois postulantes ao Buriti no Correio Braziliense, em parceria com a TV Brasília.
"Nós não estamos fazendo fake news, nós fomos vítimas de fake news no primeiro turno e estamos sendo no segundo. O momento oportuno de tirar todas as dúvidas era o debate tête-à-tête. Mas quero lamentar, mais uma vez, essa demonstração de arrogância, que é uma marca do candidato", alfinetou Rollemberg. Em seguida, disse que o adversário teria feito uma demonstração clara de abuso de poder econômico. "Circula em todo meio político que ele comprou o MDB, subornou para entrar no MDB. Eu gostaria de fazer essa pergunta para ele: ;Quanto ele pagou? Para quem ele pagou para ser candidato pelo partido?;", indagou.
Como Ibaneis faltou ao debate, o governador pôde falar sozinho por uma hora e meia, respondendo perguntas dos jornalistas e dos ouvintes. Questionado sobre o deficit de fim de governo, avaliado em R$ 600 milhões, Rollemberg disse que esse valor não é real, visto que o mandato ainda não acabou. "Não fechamos ainda. Estamos a cada ano melhorando a arrecadação, estamos gastando menos do que arrecadamos. Por isso, conseguimos pagar grande parte da dívida do governo anterior", justificou.


Rejuste para servidores

Sobre paridade de salários da Polícia Federal e da Civil, Rollemberg assumiu que está em "falta" com a PCDF, e que é a favor da equiparação. Mas que, com a depressão econômica, redução do PIB e o reajuste de 37% para o salário da PF no governo da presidente Dilma Rousseff, a medida ficou inviável. O governador disse ainda que dar esse índice de reajuste para as polícias e os bombeiros, como promete Ibaneis, seria tratar de forma muito desigual as diferentes categorias de servidores, pois professores e profissionais da área da saúde ficariam com rejustes muito menores.
Como propostas para um novo governo, Rollemberg se comprometeu a melhorar o trabalho da Agência de Fiscalização (Agefis), abrir licitações para a expansão do metrô na cidade de Samambaia e "transformar o Sol Nascente em um dos melhores lugares de Brasília para se morar".
Também questionado sobre a alta rejeição, Rollemberg disse que a porcentagem deve ser explicada pela própria população. "Sei que temos problemas e nossos maiores problemas são na saúde. Mas não é só no nosso governo. Tivemos que administrar em um momento difícil na nossa sociedade, crise econômica, e tenho a consciência tranquila de que fiz o que deveria ser feito", alegou.
Sobre a corrida presidencial, Rollemberg se esquivou da pergunta e disse que era o momento de ;unir Brasília;. ;Uma posição minha nesse momento ia acirrar esse momento político que estamos vivendo no Brasil;, disse.

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