Jornal Correio Braziliense

Cidades

Foragido, homem que atirou em mulher no HRC mandou áudio com ameaças

Com ciúmes, Fabrício acusa a ex, Gisele, de traição e jura "perante a Deus" que vai matá-la

Poucas horas antes de tentar matar a ex-companheira no momento em que ela levava o filho a uma consulta médica, na ala pediátrica do Hospital Regional de Ceilândia, Fabrício Claudino Machado, 24 anos, enviou um áudio com ameaças à mulher.
Em 30 segundos, o suspeito acusou a ex de traição e disse que iria matá-la. "Eu vou te matar. Parceira, eu vou te esbagaçar dentro da sua casa, nem que eu vá preso", diz o homem, nitidamente transtornado. Também é possível ouvi-lo falando com outra pessoa, supostamente Matheus Prado Batista Santos, 18, preso acusado de ser cúmplice. Teria sido ele o motorista do carro usado no momento da fuga de Fabrício, após tentar matar a jovem.
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Transcrição do áudio:
"Não vou mandar dinheiro para as crianças. Não quero saber da Alice, não quero saber de tu, não quero saber de ninguém. Eu já sabia que tu tava ficando com alguém, vagabunda dos infernos. Eu vou te matar, parceira. Eu juro perante a Deus que eu vou te matar. Parceira, eu vou te esbagaçar dentro da sua casa, nem que eu vá preso, parceira. Eu te juro que eu te mato. Vamos, parceiro, vamos descer lá agora. Se tu não estiver aí na sua casa eu vou lá no hospital. Vou te caçar que nem um..."
No dia do crime, Matheus pegou o carro do pai para dar carona a Fabrício. Os dois fugiram juntos, mas o motorista foi flagrado horas depois, no Gama. O atirador continua foragido e o crime é investigado como tentativa de feminicídio pela 15; Delegacia de Polícia (Ceilândia Sul). Além de Gisele, uma funcionária do hospital também foi atingida com um tiro de raspão na perna.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que as duas pacientes foram internadas no Hospital Regional de Ceilândia recebendo toda a assistência necessária. Ambas estáveis sem risco de morte. O bebê também está internado mas, segundo a nota, por motivos de saúde não relacionados ao ocorrido. A pasta reforçou, ainda, que a segurança do hospital foi reforçada.
Esta não é a primeira ocorrência policial envolvendo Fabrício, que tem histórico de crimes. Segundo a Polícia Civil, ele já tem passagem por violência doméstica, caso denunciado este ano e enquadrado na Lei Maria da Penha. Ele também tem passagens por ameaça, em 2013, e furto, em 2016.