Cidades

Após divulgação de processo por estupro, João de Deus posta vídeo com filha

Em entrevista à revista Marie Claire, porém, uma representante de Dalva Teixeira, filha do médium, afirmou que a gravação é antiga e que a mulher teria sido coagida a gravá-la

postado em 12/12/2018 16:11

João de Deus ao lado da filha, Dalva Teixeira

Depois de receber várias acusações de assédio sexual, João de Deus fez sua primeira aparição pública nesta quarta-feira (12/12). Além disso, o médium divulgou no Facebook um vídeo em que aparece ao lado de sua filha.

Em pouco mais de um minuto e meio, o vídeo mostra a filha desmentindo a informação de que ela teria movido um processo contra o pai, também por abuso. "Quero declarar a todos que essa pessoa que está aqui do meu lado nunca me abusou sexualmente, nunca me deixou passar falta de nada, nem eu nem meus filhos, e todos meus irmãos", comentou.

"O que estão fazendo com ele é injustiça. Tudo é por causa de dinheiro", completou ela, que se diz "envergonhada pela atitude dos filhos". Segundo o portal O Antagonista, os filhos da mulher já teriam processado João de Deus anteriormente pelo caso, que terminou em acordo. Agora o portal de notícias diz que a própria filha do médium move uma ação contra ele, pedindo indenização de R$ 50 milhões.

No vídeo, João de Deus fala por poucos segundos. "Eu quero que Deus te olha, te protege. Do jeito que eu olhei você, eu olhei todos", disse o médium ao comentar sobre a formação de seus filhos e netos.

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Em entrevista à revista Marie Claire, porém uma representante de Dalva Teixeira, filha do médium, afirmou que a gravação é antiga e que a mulher teria sido coagida a gravá-la. Também segundo a representante, a filha de João de Deus vive hoje escondida e protegida.

"A Dalva só pode falar em audiência e foi coagida a fazer um vídeo em 2017, que foi divulgado agora como se ela o tivesse feito hoje, como se fosse um vídeo deste ano. Dalva foi internada contra a própria vontade e ficou sedada por muito tempo. A equipe do João foi até a clínica e a obrigou a gravá-lo. Se ela não fizesse isso, os filhos dela seriam mortos. Por conta disso, ela não seguiu com o processo. Ela conseguiu sair da internação e hoje tem sido ameaçada de morte pelos capangas do João de Deus", relatou Sabrina Bittencourt, que é ativista social pelos direitos humanos, mantém contato com a filha do médium e teria sido autorizada por uma advogada a falar em nome de Dalva.

Acusação

De acordo com o site O Antagonista, Dalva move contra o pai uma ação de reparação por danos morais sofridos em razão de estupro continuado, no valor de R$ 50 milhões. Os autos, no entanto, tramitam em segredo de justiça. Ao portal, o advogado Marcos Eduardo Cordeiro Bocchini disse que não poderia se manifestar em razão do sigilo. A filha classifica o pai como um homem bruto, violento e cruel.
De acordo com a apuração do site, uma fonte do Ministério Público de Goiás informou que a vítima teria sido violentada quando era menor de idade. A reportagem diz que apesar da ação ter sido movida apenas este ano, os filhos da vítima já processaram João de Deus anteriormente pelo caso, o que teria sido encerrado após acordo.
A notícia veio logo após uma série de . Mulheres de 10 unidades da Federação denunciaram ao Ministério Publico de Goiás (MPGO) 206 abusos. Uma delas procurou a Polícia Civil em Abadiânia. Para preservar a mulher, os detalhes do caso estão em sigilo. Duas delas são do exterior: uma dos Estados Unidos, outra, da Suíça.
Nesta quarta-feira, João fez sua primeira apariação pública após as denúncias. Às 9h40, o médium chegou a Abadiânia para atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola. Minutos depois, ele deixou o local amparado por advogados, funcionários e pessoas que se identificaram como médicos, segundo os quais ele passou mal durante o início dos trabalhos espirituais.
Dentro da casa, o médium goiano disse que está à disposição da Justiça brasileira. "Irmãos e minhas queridas irmãs, agradeço a Deus por estar aqui. Quero cumprir a lei brasileira. Estou nas mãos da Justiça. O João de Deus ainda está vivo", declarou.
Repórteres e cinegrafistas que aguardavam João de Deus no local foram agredidos com socos e até mordidas. Alguns fiéis ameaçaram os profissionais de imprensa. "Vocês terão câncer e voltarão todos aqui para se curar. Você se arrependerão do que estão fazendo", gritava uma mulher. "Lamentamos o que aconteceu, não é de nosso costume, mas foi uma situação que saiu do controle", comentou Cláudio Prujar, voluntário da Casa Dom Inácio que ficou responsável por atender a imprensa.
Com informações da Agência Estado

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