Cidades

'Subiu um cheiro insuportável', diz pai de adolescente que caiu em cova

O jovem e a madrinha caíram em túmulo, durante enterro no Cemitério Campo da Esperança. Família registra ocorrência e irá processar a empresa

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 04/01/2019 21:13

Buraco cedeu e duas pessoas se machucaram, no Cemitério de Taguatinga "Quando a terra cedeu e eles caíram, subiu um cheiro insuportável. Foi uma situação terrível", relata Jerônimo Gonçalves Freitas, 59 anos, pai do adolescente ferido. O acidente aconteceu durante o enterro da mãe dele, de 85 anos, na manhã desta sexta-feira (4/1), em Taguatinga (veja vídeo 1).

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A família dava as mãos para rezer o Pai Nosso quando o túmulo vizinho cedeu. Renato Freitas, 16, e Geminiana Maria de Jesus Neta, 38, se feriram. Com a queda, os presentes não conseguiram terminar o velório de Rosalina Gonçalves Freitas, 85. Os parentes e amigos ficaram com medo de que outras pessoas caíssem, sobretudo após a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ficar atolada em um novo buraco (veja vídeo 2).

"Estávamos todos chorando, em um sofrimento muito grande. De repente, houve um tumulto por causa do acidente. Com toda a situação, tivemos o nosso último momento ao lado da minha mãe interrompido. Isso também me deixou muito triste", lamentou o serralheiro Jerônimo, que mora no Recanto das Emas.

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Renato não se feriu gravemente. A madrinha, Geminiana, ficou com o pé inchado. No fim da tarde desta sexta-feira (4), ela foi levada para um hospital particular para receber atendimento. O Samu chegou a ir até a casa dela, no Recanto das Emas, para avaliar a situação.

"Ela não consegue andar. Disseram que não é o caso de ter ocorrido uma fratura. Contudo, ela o torceu o pé. Por isso, a levamos ao médico o quanto antes para evitar qualquer problema", disse Celson de Brito, 49, amigo da mulher e tio de Renato.

Celson registrou um boletim de ocorrência na 17; Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), relatando o ocorrido no cemitério. Na próxima semana, o autônomo pretende entrar com um processo na Justiça contra a empresa.

"Não é a primeira vez que passamos por situações desagradáveis no cemitério. Não vamos fazer isso por dinheiro, mas para que as medidas cabíveis sejam tomadas e para evitar que outras pessoas passem pelo sofrimento que vivemos hoje", frisou o morador de Ceilândia.

Em nota, a assessoria da empresa afirmou que o reparo na estrutura que cedeu foi feito e que lamenta o ocorrido. Ainda, destacou que a concessionária "está em contato com as pessoas envolvidas e todo os custos com consultas e medicações serão arcados pela empresa."

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