Cidades

Sumiço de crianças do Cruzeiro Novo foi golpe do falso sequestro

Polícia Civil descobriu que criminosos entraram em contato com mãe e babá das crianças informando que os meninos e o pai deles estavam sob poder dos bandidos

Cézar Feitoza - Especial para o Correio
postado em 22/02/2019 19:10
Delegado Luiz Henrique Sampaio afirmou que babá das crianças foi a primeira a ser contatada por criminosos A Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) confirmou que o sumiço de duas crianças, moradoras do Cruzeiro Novo, tratou-se de um golpe do falso sequestro. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), um grupo de criminosos conseguiu o número do telefone fixo da casa, por meio do qual conseguiram contato com a babá das crianças. Com ela, o grupo também obteve o número do celular da mãe dos dois meninos sequestrados.

Segundo a DRS, a babá foi a primeira contatada. Os criminosos disseram à vítima que o pai das crianças havia sofrido um acidente e pediram informações sobre ele, como nome, local de trabalho e idade. Nessa primeira abordagem, os bandidos também conseguiram dados da mãe.

Em seguida, os criminosos anunciaram que se tratava de um sequestro. "Eles disseram que o pai das crianças não tinha sofrido um acidente, mas que havia sido sequestrado", contou o diretor-adjunto da DRS, delegado Luiz Henrique Sampaio.

Segundo relatos, os criminosos pediram para a babá pegar todas as jóias da casa, vendê-las para um ourives e repassar o dinheiro por uma transação bancária. "A babá, por falta de experiência nessa situação, revirou a casa, pegou as jóias e foi para um shopping na Asa Sul com as crianças", disse Sampaio.

"Casa revirada"


Depois de falar com a babá, os criminosos ligaram para a mãe das crianças, que estava na casa de amigos, em Sobradinho. O grupo anunciou que os filhos da psicóloga haviam sido levados. Desesperada, ela voltou para casa por volta das 13h. Ao chegar ao apartamento, viu roupas no chão e móveis fora do lugar. "Essa situação causou uma sensação de que as crianças tinham sido, de fato, sequestradas. Assim, a mãe se rendeu para os criminosos", afirmou Luiz Henrique Sampaio.

Os golpistas pediram para a mãe depositar R$ 10 mil em uma conta bancária. Ela foi a uma agência no Sudoeste para efetuar a transação, mas policiais militares acionados pelo pai das crianças evitaram que o pagamento fosse efetuado.

Reencontro


A DRS conseguiu desvendar o caso às 15h, quando agentes foram ao shopping Conjunto Nacional em busca das crianças, de 1 e 3 anos. No local, encontraram a babá, que havia vendido R$ 1 mil em jóias para entregar aos criminosos, acompanhada dos dois meninos. "Em casos como esse, que são cada vez mais recorrentes, orientamos que a pessoa que receber a ligação desligue o celular imediatamente. Os criminosos tentam pegar o máximo de informações, então é importante desligar o telefone e contatar a Polícia Civil", orientou Sampaio. Segundo o delegado, golpistas devem responder pelo crime de extorsão, cuja pena varia de 4 a 10 anos em regime fechado. Ainda de acordo com ele, a maioria dessas ligações é feita de dentro de presídios.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação